Conflito

Trégua permanece em vigor no Iêmen apesar de violações

Medida humanitária entrou em vigor na terça-feira à noite por iniciativa da Arábia Saudita

Da AFP
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Publicado em 14/05/2015 às 11:23
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Medida humanitária entrou em vigor na terça-feira à noite por iniciativa da Arábia Saudita - FOTO: Foto: AFP
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As forças militares árabes lideradas pela Arábia Saudita acusaram os rebeldes huthis do Iêmen de violar o cessar-fogo nesta quinta-feira, mas destacaram que pretendem manter a trégua humanitária de cinco dias.

A trégua humanitária entrou em vigor na terça-feira à noite por iniciativa da Arábia Saudita, que lidera desde 26 de março uma campanha aérea contra os rebeldes xiitas que ameaçavam tomar o controle da totalidade do Iêmen, fronteiriço com o reino.

Ao menos 1.578 pessoas morreram e 6.504 ficaram feridas desde o início dos bombardeios, segundo um balanço divulgado na quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, os bombardeios provocaram tensão entre o reino da Arábia Saudita, reduto do wahabismo, uma doutrina sunita puritana baseada em uma interpretação literal do Alcorão, e a República Islâmica do Irã, onde os xiitas são majoritários.

Em um comunicado transmitido pela agência de notícias saudita, a coalizão afirmou que os rebeldes haviam violado a trégua em 12 ocasiões e que utilizaram artilharia de foguetes em ataques contra vários povoados no sul. Apesar das supostas violações, a coalizão afirmou "seu compromisso pleno com a trégua humanitária e a moderação".

Os moradores afirmaram que nesta quinta-feira a calma reinou na maior parte do país, exceto nas cidades de Taez, Daleh e Marib, onde foram reportados tiroteios entre os rebeldes e os combatentes partidários do presidente iemenita Abd Rabo Mansur Hadi, exilado na Arábia Saudita.

Os Estados Unidos afirmaram que, embora a trégua esteja sendo amplamente respeitada, o governo recebeu informações de confrontos que ocorreram depois que o cessar-fogo entrou em vigor. 

Os huthis, aliados de militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, assumiram o controle de muitos territórios do Iêmen, incluindo a capital, Sanaa, e estavam avançando em direção a Áden, no sul, quando Riad iniciou sua campanha aérea.

Aeroporto de Sanaa aberto

Um oficial de aviação disse que o aeroporto de Sanaa, um alvo recorrente dos bombardeios aéreos, estava voltando a operar gradualmente após o pouso de um avião procedente da Jordânia com 150 passageiros a bordo. Em mensagens de texto enviadas aos moradores, a autoridade da aviação civil do Iêmen anunciou que "dois voos do Médicos Sem Fronteiras (MSF) e das Nações Unidas chegarão hoje (quinta-feira) a Sanaa".

Dominque Burgeon, especialista em situações de emergência na Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), disse que a situação no Iêmen é catastrófica porque falta tudo.  A agência do governo Sabanew.net, citando Nadia Sakkaf, ministra da Informação do Iêmen, informou que sete navios com alimentos, ajuda médica e combustível atracaram em portos iemenitas.

Sakkaf afirmou que continuarão ocorrendo voos entre Iêmen, Jordânia e Egito até 18 de maio, quando o fim da trégua está previsto. O Irã, acusado pela Arábia Saudita de armar os rebeldes, anunciou que enviaria um barco com ajuda ao Iêmen, o que provocou advertências do governo no exílio.

Em declarações a partir da Arábia Saudita, o ministro iemenita das Relações Exteriores Ryad Yasin disse que "serão tomadas todas as medidas contra o barco do Irã se ele entrar em águas territoriais iemenitas sem a autorização" da coalizão, informou Sabanew.net.

Yasin disse que seu governo também está estudando "uma ruptura das relações diplomáticas com o Irã". O Pentágono afirmou na terça-feira que estava acompanhando o barco, enquanto o exército iraniano advertiu contra qualquer tentativa de detê-lo.

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