Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) assumiram nesta sexta-feira o controle do principal complexo governamental em Ramadi, garantindo, assim, o controle quase total da província de Al-Anbar, no oeste do Iraque, segundo o próprio EI e autoridades iraquianas.
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Os combatentes jihadistas se apoderaram às 11h00 GMT (8h00 de Brasília) do quartel-general do governo, onde hastearam a bandeira do EI, informou uma fonte da polícia. O grupo jihadista lançou na quinta-feira uma nova ofensiva em Al-Anbar que permitiu avançar na província que controla em grande parte.
"Daesh (acrônimo árabe do grupo EI) ocupa agora o complexo governamental de Ramadi e hasteou sua bandeira no quartel-general da polícia de Al-Anbar", afirmou à AFP uma fonte policial que pediu anonimato.
O grupo extremista sunita EI divulgou um comunicado no qual afirma que seus combatentes "tomaram de assalto o complexo governamental no centro de Ramadi, mataram os renegados e explodiram os edifícios do governo de Al-Anbar e do quartel-general da polícia safavid", antes de assumir o controle do complexo.
"Safavid" é um termo que designa uma antiga dinastia iraniana e que o EI usa de modo pejorativo para tentar estabelecer um vínculo entre as forças do governo e as forças de segurança do Irã, um país de maioria xiita. O grupo jihadista designa como "renegados" os combatentes de tribos sunitas aliados do governo.
A comunidade xiita é majoritária no Iraque. Um líder tribal responsável pela coordenação entre as forças locais e as forças oficiais também confirmou que os jihadistas assumiram o controle do complexo.
"Daesh conseguiu assumir o controle do Conselho Provincial e hasteou sua bandeira", declarou por telefone o xeque Hekmat Suleiman. "As únicas forças (governamentais) que continuam lutando estão confinadas a pequenas áreas de Ramadi e não têm mais nenhum posto de comando".
Se o EI conseguir dominar Ramadi, o grupo passaria a controlar as capitais das duas grandes províncias do Iraque. Mossul, a capital de Nínive, vizinha de Al-Anbar, está nas mãos dos jihadistas desde junho de 2014.
