O exército sírio e os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) travavam neste domingo (15) intensos combates pelo controle de Palmira, uma cidade estratégica no centro da Síria que abriga ruínas catalogadas como patrimônio mundial da humanidade pela Unesco.
As forças do regime conseguiram expulsar do norte de Palmira os combatentes do EI, depois que no sábado (15) quatro dos chefes do grupo jihadista foram abatidos em uma operação militar dos Estados Unidos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Depois de violentos combates com o exército, o EI "se retirou da maioria dos bairros" do norte da cidade, menos de 24 horas depois de ter tomado o controle desta zona, segundo o OSDH.
"Os combates prosseguiam na periferia norte de Amiriya entre forças leais (ao presidente sírio Bashar al-Assad) e os jihadistas", disse Rami Abdel Rahman, diretor do observatório, que conta com uma ampla rede de informantes na Síria.
"O ataque do EI foi abortado e os jihadistas foram expulsos da periferia norte e leste de Tadmor", o nome de Palmira em árabe, afirmou à AFP Talal Barazi, governador de Homs, a província do centro da Síria à qual esta cidade de mais de 2.000 anos de antiguidade pertence.
Segundo o OSDH, os combates deixaram ao menos 29 mortos entre os jihadistas e 23 entre as forças do regime. Segundo Barazi, o exército abateu 130 jihadistas.
De acordo com o OSDH, ao menos 295 pessoas morreram desde o início da ofensiva contra esta cidade, em sua maioria jihadistas e soldados do regime sírio.
O sítio arqueológico de Palmira, famoso por suas colunas romanas e suas torres funerárias, se localiza no sudoeste da cidade e é classificado com patrimônio mundial da humanidade pela Unesco.
Vários líderes do EI morrem
O EI lançou nesta quarta-feira um ataque em Palmira, um enclave estratégico por estar situado no deserto sírio, a caminho da província limítrofe iraquiana de Al-Anbar, em grande parte controlada por este grupo extremista.
Trata-se também de uma cidade importante para a propaganda do EI, já que sua importância cultural atrai a atenção dos meios de comunicação de todo o mundo, levando inclusive a Unesco a convocar o Conselho de Segurança da ONU a agir para protegê-la.
O diretor de antiguidades e dos museus sírios, Maamun Abdelkarim, teme que Palmira tenha o mesmo destino que os sítios arqueológicos do norte do Iraque, como Nimrod e Hatra, danificados ou destruídos pelo EI.
Por sua vez, o OSDH informou neste domingo que a operação militar americana na Síria, que no sábado matou Abu Sayyaf, um chefe do grupo Estado Islâmico (EI), abateu 32 membros da organização, incluindo outros três líderes do grupo.
Um funcionário da Defesa americana comunicou no sábado que as forças especiais americanas haviam matado Abu Sayyaf e uma dúzia de combatentes nesta operação terrestre na Síria. Os jihadistas não forneceram, por sua vez, nenhum balanço de mortos.
Além de Abu Sayyaf, responsável pela venda de petróleo e gás do EI, morreram o vice-"ministro da Defesa" do grupo, um encarregado de comunicação e um quarto líder não identificado, segundo o OSDH.
O responsável de comunicação era de nacionalidade síria, enquanto Abu Sayyaf e os outros dois líderes abatidos eram originários do Magreb, disse a ONG.
Esta operação terrestre, a primeira reivindicada pelos Estados Unidos contra o EI para capturar um de seus líderes, foi realizada em Al Omar, um dos maiores campos petrolíferos da Síria, que está nas mãos do Estado Islâmico.
Abu Sayyaf morreu "em uma troca de tiros com as forças americanas", disse a Casa Branca, que disse que nenhum militar americano havia morrido ou ficado ferido.