O presidente do Burundi, Pierre Nkurunziza, anunciou nesta segunda-feira uma reforma do gabinete, substituindo os ministros da Defesa, Relações Exteriores e Comércio, indicou um porta-voz presidencial, quatro dias após uma fracassada tentativa de golpe de Estado.
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O ministro da Defesa, Pontien Gaciyubwenge, foi substituído por um civil, Emmanuel Ntahonvukiye, anunciou à AFP o porta-voz da presidência Gervais Abayeho.
É a primeira vez em meio século que um civil ocupa este posto-chave no Burundi. Ntahonvukiye um ex-magistrado que presidia o tribunal anti-corrupção do país, não pertence a nenhum partido, segundo a presidência.
No ministério das Relações Exteriores, Alain Aimé Nyamitwe, até então embaixador para a União Africana (UA), substituiu Laurent Kavakure.
E a ministra do Comércio, Virginia Ciza, foi substituída por Irina Inantore, de acordo com Abayeho.
"O presidente da República tem poderes nos termos da Constituição, especialmente o poder de modificar a equipe presidencial. Ele considera que chegou o momento e que é um poder discricionário", disse o porta-voz.
As mudanças "podem ?ou não estar ligadas (com os últimos acontecimentos políticos), os ministros são observados todos os dias e o presidente os substitui quando necessário", assegurou.
A reforma do gabinete ocorre em um momento de grave crise política no Burundi, com um movimento de contestação popular que protesta contra a candidatura de Nkurunziza a um terceiro mandato nas eleições presidenciais de 26 de junho.
As manifestações foram violentamente reprimidas pela polícia e deixaram mais de 20 mortos, enquanto uma tentativa de golpe fracassou.
No entanto, as pessoas voltaram a sair às ruas nesta segunda-feira em Bujumbura, onde o exército substituiu a polícia.
De acordo com o partido o poder, o ministro da Defesa foi "uma vítima de sua gestão das manifestações e das ordens dadas, que pareciam contradizer o presidente".