A Austrália apoiou nesta terça-feira seus vizinhos asiáticos nos esforços para conter a chegada de imigrantes com a estrategia de impedir seu acesso aos portos, uma polêmica medida utilizada desde 2013 por Canberra para combater o tráfico de seres humanos.
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Indonésia, Malásia e Tailândia provocaram a indignação internacional ao impedir a entrada em suas águas, nos últimos dias, de embarcações com muçulmanos rohingyas de Myanmar e imigrantes de Bangladesh.
"Como a Austrália, os países da região têm o direito soberano de responder a estas questões como considerem conveniente", disse o ministro australiano da Imigração, Peter Dutton, em entrevista ao jornal The Australian. "A coisa mais compassiva que podemos fazer é deter estas mortes nos barcos", disse à imprensa em Sidney o primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, que defende manter os barcos fora das águas territoriais da Austrália.
"É preciso tratar sempre as pessoas com decência e humanidade, mas se não detivermos estas embarcações, não poderemos deter as mortes". Nos últimos dias, quase 3 mil emigrantes foram resgatados ou chegaram às costas de Indonésia, Tailândia e Malásia, enquanto muitos outros morreram de fome, doenças ou em naufrágios.
Até recentemente, dezenas de milhares de pessoas em busca do exílio transitavam a cada ano pelo sul da Tailândia, ponto de passagem para a Malásia e além, em fuga da pobreza de Bangladesh ou da violência, como no caso dos rohingyas de Mianmar.
Mas Bangcoc decidiu punir de maneira mais severa os traficantes depois de descobrir fossas comuns com os corpos de emigrantes clandestinos em plena selva. Agora, os criminosos buscam rotas alternativas para chegar à Malásia, país próspero que atrai milhares de emigrantes.