Paz

Pacifistas atravessam a fronteira entre as Coreias

Mulheres passaram de ônibus para a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias

Da AFP
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Publicado em 24/05/2015 às 11:03
Foto: JUNG YEON-JE / AFP
Mulheres passaram de ônibus para a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias - FOTO: Foto: JUNG YEON-JE / AFP
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Um grupo de militantes pacifistas, liderado pela feminista americana Gloria Steinem, atravessou neste domingo uma das fronteiras com maior presença militar do mundo, com o objetivo de promover a reconciliação entre Coreia do Norte e Coreia do Sul.

Pouco antes do meio-dia, as mulheres passaram de ônibus para a zona desmilitarizada que separa as duas Coreias, depois de uma viagem de alguns dias em Pyongyang, uma visita que recebeu várias críticas.

A princípio momento, o grupo, que conta com as presenças das vencedoras do Nobel da Paz Leymah Gbowee e Mairead Maguire, desejava passar pela zona desmilitarizada através de Panmunjom, onde Pyongyang e Seul mantêm os soldados a poucos metros de distância, em um conflito permanente na fronteira.

Mas a Coreia do Sul não concordou com o plano e as mulheres afirmaram que aceitaram, "com pesar", seguir a viagem por uma estrada na parte oeste da fronteira.

Com a ação, as ativistas pretendem ressaltar a necessidade de um verdadeiro tratado de paz para substituir o armistício que acabou com o conflito de 1950-1953, mas que tecnicamente não encerrou a guerra entre os dois Estados. Além disso, o grupo tinha o objetivo de destacar a angústia das famílias divididas, que praticamente não tiveram contato desde a separação das Coreias há 70 anos.

Apesar do nome, a zona desmilitarizada, uma faixa de terra de quatro quilômetros de largura e 248 de comprimento, é uma das fronteiras mais militarizadas do mundo, com cercas eletrificadas, campos minados e muros antitanque. Durante uma entrevista exibida ao vivo de um quarto de hotel de Pyongyang, Leymah Gbowee afirmou no sábado que a iniciativa era um sucesso.

"Não apenas recebemos a autorização para esta travessia histórica, como também conseguimos que os dois governos coreanos se comunicassem. É um êxito", disse.

Mas as militantes pacifistas foram criticadas por algumas pessoas, que mencionaram um eventual uso do grupo como uma ferramenta de propaganda do regime norte-coreano, um governo acusado de violar os direitos humanos.

"Não ignoramos o fato de que existem restrições aqui. Sabemos perfeitamente", disse Gloria Steinem. "Alcançamos nosso objetivo de realizar a diplomacia cidadã", completou.

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