conflito

Ataques aéreos do regime sírio deixam 71 civis mortos em Aleppo

Os bombardeios foram lançados contra a cidade de Al-Bab, nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e contra o bairro de Al-Shaar da cidade de Aleppo, sob o controle dos rebeldes sírios

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 30/05/2015 às 12:46
Leitura:

Ao menos 71 civis, entre eles mulheres e crianças, morreram neste sábado (30) na província síria de Aleppo devido aos ataques com bombas de barril das forças leais ao regime do presidente Bashar al-Assad.

Os bombardeios foram lançados contra a cidade de Al-Bab, nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e contra o bairro de Al-Shaar da cidade de Aleppo, sob o controle dos rebeldes sírios, declarou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"O balanço alcança 71 civis mortos, 59 em Al-Bab e 12 em Aleppo", segundo esta fonte.

"Trata-se de um dos maiores massacres cometidos pela aviação do exército sírio desde o início do ano", denunciou a Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS), uma rede de militantes que cobre a guerra na Síria desde 2011.

A CGRS informou sobre "barracas destruídas, veículos incendiados (...) e restos de corpos humanos em um dos hospitais de campanha" de Al-Bab.

Nesta região, situada a nordeste da cidade de Aleppo, um mercado popular foi bombardeado num momento de grande afluência, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que também acusou o regime de ter cometido um massacre.

Em Al-Shaar, um bairro rebelde do leste de Aleppo, 12 pessoas faleceram, incluindo três crianças e quatro mulheres, segundo o OSDH, uma organização com sede no Reino Unido que conta com uma ampla rede de informantes na Síria. 

Bombas de barril - Um membro da defesa civil, Shuhud Hussein, afirmou à AFP que os bombardeios "provocaram grandes danos. Os edifícios situados no setor, muitas vezes alvo dos bombardeios, podem desabar".

A utilização pelo regime de bombas de barril foi denunciada regularmente pelas organizações de direitos humanos por ser uma arma particularmente destrutiva que mata de maneira indiscriminada.

O regime começou a atacar Aleppo com estas bombas em 2013. Elas são fabricadas a partir de grandes barris de óleo, cilindros de gás ou tanques de água que são esvaziados e preenchidos com explosivos e sucata.

A cidade de Aleppo está dividida desde 2012 entre o leste, nas mãos dos insurgentes, e o oeste, controlado pelo regime.

Na província de mesmo nome, o regime só controla alguns setores ao sul e a sudeste da capital, enquanto o resto está nas mãos dos rebeldes e do EI.

O conflito sírio começou em março de 2011 com manifestações pacíficas contra o regime do presidente Bashar al-Assad, e se converteu posteriormente em uma complexa guerra civil com a intervenção de grupos jihadistas, Al-Qaeda e EI, principalmente.

Mais de 220.000 pessoas morreram na guerra na Síria, segundo o OSDH, enquanto vários milhares foram obrigados a fugir.

O regime registrou muitas derrotas nos últimos meses. Na quinta-feira abandonou a província de Idleb (noroeste) em benefício da Al-Qaeda e de seus aliados.

Segundo o OSDH, o EI controla a metade do território sírio, principalmente as regiões do norte e do leste, e aumentou seu poder no centro.

Últimas notícias