Ao menos 71 civis, entre eles mulheres e crianças, morreram neste sábado (30) na província síria de Aleppo devido aos ataques com bombas de barril das forças leais ao regime do presidente Bashar al-Assad.
Os bombardeios foram lançados contra a cidade de Al-Bab, nas mãos do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), e contra o bairro de Al-Shaar da cidade de Aleppo, sob o controle dos rebeldes sírios, declarou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"O balanço alcança 71 civis mortos, 59 em Al-Bab e 12 em Aleppo", segundo esta fonte.
"Trata-se de um dos maiores massacres cometidos pela aviação do exército sírio desde o início do ano", denunciou a Comissão Geral da Revolução Síria (CGRS), uma rede de militantes que cobre a guerra na Síria desde 2011.
A CGRS informou sobre "barracas destruídas, veículos incendiados (...) e restos de corpos humanos em um dos hospitais de campanha" de Al-Bab.
Nesta região, situada a nordeste da cidade de Aleppo, um mercado popular foi bombardeado num momento de grande afluência, disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que também acusou o regime de ter cometido um massacre.
Em Al-Shaar, um bairro rebelde do leste de Aleppo, 12 pessoas faleceram, incluindo três crianças e quatro mulheres, segundo o OSDH, uma organização com sede no Reino Unido que conta com uma ampla rede de informantes na Síria.
Bombas de barril - Um membro da defesa civil, Shuhud Hussein, afirmou à AFP que os bombardeios "provocaram grandes danos. Os edifícios situados no setor, muitas vezes alvo dos bombardeios, podem desabar".
A utilização pelo regime de bombas de barril foi denunciada regularmente pelas organizações de direitos humanos por ser uma arma particularmente destrutiva que mata de maneira indiscriminada.
O regime começou a atacar Aleppo com estas bombas em 2013. Elas são fabricadas a partir de grandes barris de óleo, cilindros de gás ou tanques de água que são esvaziados e preenchidos com explosivos e sucata.
A cidade de Aleppo está dividida desde 2012 entre o leste, nas mãos dos insurgentes, e o oeste, controlado pelo regime.
Na província de mesmo nome, o regime só controla alguns setores ao sul e a sudeste da capital, enquanto o resto está nas mãos dos rebeldes e do EI.
O conflito sírio começou em março de 2011 com manifestações pacíficas contra o regime do presidente Bashar al-Assad, e se converteu posteriormente em uma complexa guerra civil com a intervenção de grupos jihadistas, Al-Qaeda e EI, principalmente.
Mais de 220.000 pessoas morreram na guerra na Síria, segundo o OSDH, enquanto vários milhares foram obrigados a fugir.
O regime registrou muitas derrotas nos últimos meses. Na quinta-feira abandonou a província de Idleb (noroeste) em benefício da Al-Qaeda e de seus aliados.
Segundo o OSDH, o EI controla a metade do território sírio, principalmente as regiões do norte e do leste, e aumentou seu poder no centro.