O grupo jihadista Estado Islâmico fechou as comportas de uma represa em Ramadi, cidade localizada a oeste de Bagdá, reduzindo os níveis de água do rio Eufrates e criando uma nova ameaça à segurança e ao plano humanitário.
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Desde o início de sua ofensiva no Iraque, em junho de 2014, que lhes permitiu conquistar vastos territórios, os combatentes jihadistas têm procurado controlar as represas do país, reduzindo em alguns casos o nível de água nas áreas controladas pelo governo ou provocando inundações para impedir operações militares.
Sabah Karhout, chefe do conselho da província de Al-Anbar, da qual Ramadi é a capital, declarou que o EI "fechou todas as comportas" de uma represa de Ramadi, uma cidade conquistada pelo grupo extremista no mês passado.
Isso resultou na queda do nível de água no rio Eufrates e causou o corte do abastecimento em Khaldiyah e Habbaniyah, cidades a leste de Ramadi que ainda estão sob o controle do governo na província de Al-Anbar.
Ao fazê-lo, o EI também prepara o terreno para possíveis ataques, acredita, aludindo ao fato de que os combatentes terão mais facilidade para atravessar o rio.
Karhout pede que a represa seja rapidamente recuperada pelo exército iraquiano ou alvo de um ataque aéreo.
"Os cortes de água em Habbaniyah e Khaldiyah vão provocar uma enorme crise humanitária, e não apenas nessas áreas", mas também mais ao sul, indicou por sua parte xeque Rafa al-Fahdawi, um líder da tribo Albu Fahad, que combate o EI.
Aun Dhiyab, um especialista iraquiano em questões hidráulicas, disse que "o objetivo do (EI) não é cortar a água, mas reduzir o nível e tirar proveito em favor de suas operações militares."