As equipes de resgate prosseguiam nesta quarta-feira com as buscas aos passageiros do cruzeiro que naufragou no rio Yangtsé, região central da China, com mais de 450 pessoas a bordo, mas as esperanças de encontrar sobreviventes são mínimas.
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Mais de 35 horas depois da tragédia, o balanço de vítimas permanece em 18 mortos, alguns deles encontrados a 50 quilômetros do local do acidente, e 14 sobreviventes resgatados. A busca de corpos será ampliada até a cidade de Wuhan (centro), 220 km ao sul, anunciaram as autoridades.
No local do naufrágio, sob uma forte chuva, as equipes de resgate, com o apoio de 100 mergulhadores, trabalham no casco do "Dongfangzhixing" ("Estrela do Oriente"), que afundou a 15 metros de profundidade. "Espero um milagre", declarou na cidade de Chongqing o filho de um homem que trabalhava há 10 anos no cruzeiro. O balanço de vítimas deve ser muito grande porque a muitos passageiros eram aposentados.
O navio afundou em menos de dois minutos na segunda-feira à noite, depois de ser atingido por uma tempestade. No total, 456 pessoas estavam a bordo, segundo um número atualizado que inclui os passageiros e os integrantes da tripulação, mas que não menciona estrangeiros.
Nesta terça-feira, as equipes de resgate cortaram o casco da embarcação e resgataram três pessoas, segundo a agência oficiala Xinhua. À espera dos resultados da investigação, o ministério dos Transportes informou que o navio, com capacidade total para 534 pessoas, não estava sobrecarregado.
Pouco antes do acidente "a chuva atingiu o lado direito do navio e entrou em várias cabines", afirmou Zhang Hui, um dos sobreviventes. O capitão e o engenheiro chefe do cruzeiro, que foram resgatados, afirmaram que o navio foi atingido por um "tornado". Os dois foram detidos.
Nas redes sociais, os internautas questionam se os dois homens não teriam abandonado a embarcação e os passageiros. O navio viajava entre duas antigas capitais chinesas, Nankin (leste) e Chongqing (centro). O naufrágio aconteceu na região de Jianli (província de Hubei).
No hospital da cidade vizinha de Jinali, as famílias das vítimas tentavam obter notícias dos parentes. "Enquanto existir esperança, vamos dar 100%, sem abandonar o local", afirmou o ministro dos Transportes, Yang Chuantang. Os mergulhadores enfrentam as fortes correntes e uma ausência quase total de visibilidade.
A China iniciou uma grande operação de resgate supervisionada pelo primeiro-ministro Li Keqiang. As autoridades diminuíram a intensidade das turbinas da famosa represa das Três Gargantas, situada em uma região acima do Yangtsé, o maior rio da Ásia (6.300 km), para facilitar as operações de resgate.