A Ucrânia não poderá usar as reservas de seu Banco Central para pagar os credores, no âmbito da atual renegociação da dívida do país - declarou nesta sexta-feira (12) a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde.
A Ucrânia precisa conservar importantes reservas monetárias para garantir o sucesso de seu programa de reformas econômicas "e, nesse sentido, as reservas do Banco Nacional ucraniano não podem ser utilizadas no serviço da dívida externa sem que o governo contraia mais dívida", explicou Lagarde.
Segundo ela, isso "seria incompatível com o sucesso da operação".
A declaração foi feita depois que os credores privados de Kiev sugeriram que as autoridades ucranianas se apoiassem suas reservas para pagar-lhes, uma proposta imediatamente rechaçada pela ministra das Finanças, Natalie Jaresko.
O premiê ucraniano, Arseni Yatseniuk, reiterou as ameaças de suspender o pagamento da imensa dívida externa da Ucrânia, caso fracassem as atuais negociações sobre sua reestruturação, argumentando que o país deve financiar o conflito no estado separatista pró-russo.
O FMI acordou com Kiev um apoio financeiro de 17,5 bilhões de dólares em quatro anos, que deveriam servir de base para um programa de apoio de 40 bilhões de dólares da comunidade internacional. Cinco bilhões de dólares já foram entregues em março.