Os primeiros refugiados que entraram na Turquia para fugir dos combates pelo controle da cidade síria de Tall Abyad começaram a atravessar nesta quarta-feira a fronteira para retornar ao país. No início da manhã, quase 200 homens, mulheres e crianças estavam diante do posto de fronteira de Akçakale (sul), reaberto pelas forças de segurança turcas.
Apoiadas por ataques aéreos da coalizão antijihadista dirigida pelos Estados Unidos e por grupos rebeldes sírios, as Unidades de Proteção do Povo curdo (YPG) assumiram na terça-feira o controle de Tall Abyad, até então nas mãos do grupo Estado Islâmico (EI). Esta batalha provocou, desde o início de junho, a fuga de mais de 23.000 pessoas para a Turquia, segundo o governo curdo.
A nova vitória curda, depois da retomada de Kobane em janeiro, preocupa o presidente islamita conservador turco Recep Tayyip Erdogan, que alertou no domingo para a "criação de uma estrutura que ameaça as fronteiras". O porta-voz do governo turco, Bülent Arinç, chegou a acusar na segunda-feira os combatentes das YPG de aplicar uma política de "limpeza étnica" na região norte da Síria.
As YPG têm vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que lidera desde 1984 uma insurreição armada na Turquia e é considerado por Ancara como um grupo "terrorista".