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Em audiência, atirador de Charleston ouve relatos de familiares das vítimas

Muito emocionados, alguns dos familiares choraram ao falar diretamente para o atirador. O tom, no entanto, era de perdão

Da Folhapress
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Publicado em 19/06/2015 às 19:28
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Muito emocionados, alguns dos familiares choraram ao falar diretamente para o atirador. O tom, no entanto, era de perdão - FOTO: Foto: Reprodução/ AFP
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Em audiência carregada de emoção, o suspeito atirador Dylann Roof, 21, ouviu as nove acusações por assassinato que pesam contra ele após a chacina em uma igreja frequentada por negros na cidade norte-americana de Charleston (Carolina do Sul).

Roof, que se apresentou ao juiz por meio de videoconferência da cadeia em que está detido, assistiu impassível aos relatos dos familiares das nove vítimas do massacre.

"Nós o recebemos de braços abertos na nossa sessão de estudos da Bíblia. Você matou alguma das melhores pessoas que eu conheço. Cada fibra do meu corpo dói (...) e eu nunca serei a mesma", afirmou Felecia Sanders, que estava na igreja Emanuel no momento do ataque que matou o seu filho, Tywanza, de 26 anos.

"Tywanza era meu herói", disse. "Como dissemos nos estudos da Bíblia, nós gostamos de você, mas que Deus tenha misericórdia de você."

Muito emocionados, alguns dos familiares choraram ao falar diretamente para o atirador. O tom, no entanto, era de perdão.

"Eu nunca vou poder falar com ela de novo, nunca vou poder abraçá-la de novo. Mas eu o perdoo", disse a filha de outra vítima, Ethel Lance. "Você me machucou, machucou muitas pessoas. Mas Deus te perdoa."

Roof foi preso quando já estava em Shelby, na vizinha Carolina do Norte, a cerca de 320 quilômetros lugar da chacina. Ele tinha passagens pela polícia por posse de drogas e invasão de propriedade.

Nesta sexta (19), ele foi acusado de realizar nove homicídios e e de portar arma ilegalmente -a arma que acredita-se ter sido usada no crime foi apreendida em seu carro.

O juiz James Gosnell Jr. determinou o pagamento de fiança de US$ 1 milhão pela acusação de porte ilegal, mas afirmou não ter autoridade para impor fiança no caso das acusações de homicídio.

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