O opositor venezuelano preso Leopoldo López suspendeu nesta terça-feira sua greve de fome depois de 30 dias em protesto por sua condição, anunciou através de uma carta um dia após as autoridades eleitorais fixarem a data das legislativas, outra de suas exigências.
Leia Também
"A vocês, irmãos e irmãs, peço com o coração na mão que assumamos com humildade as conquistas obtidas neste protesto e que juntos, todos, levantemos a greve de fome", leu sua esposa Lilian Tintore em um breve pronunciamento a partir de um hotel no leste de Caracas.
"Vamos levantar a greve, mas a luta continua", disse López em uma carta escrita de seu próprio punho e dirigida aos 104 grevistas que o acompanham em seu protesto.
Desde 24 de maio, Leopoldo López, líder da ala radical da oposição, mantinha uma greve de fome como mecanismo de pressão para que a data das eleições fosse fixada, entre outros pontos. À greve de López, um economista formado em Harvard e detido há 16 meses em uma prisão militar acusado de incitar a violência em protestos antigovernamentais entre fevereiro e maio de 2014, foram se somando recentemente dezenas de ativistas.
Com seu anúncio na segunda-feira de que as eleições serão realizadas no dia 6 de dezembro, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibisay Lucena, colocou fim às exigências da oposição e de políticos estrangeiros, que diziam que o atraso na publicação do cronograma eleitoral era parte de uma artimanha governista.
Inclusive chegaram a insinuar que não seriam realizadas eleições para renovar a Assembleia Nacional. "A mudança já tem data", acrescenta López na carta, que, no entanto, adverte que há um caminho a ser percorrido.