O Parlamento iraniano adotou nesta terça-feira uma lei que protege "as conquistas e os direitos nucleares" a uma semana da data limite para um acordo final entre o Irã e as grandes potências sobre o programa nuclear iraniano.
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A lei, adotada por 214 deputados dos 244 presentes, com 10 votos contra, deve ser validada pelo Conselho dos Guardiões. A lei afirma que a anulação completa das sanções que o Irã sofre deve entrar em vigor "no mesmo dia em que o Irã começar a cumprir seus compromissos".
Nas negociações, os países ocidentais manifestaram sua preferência por uma suspensão progressiva das sanções. A lei proíbe à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) "o acesso a todos os documentos científicos, instalações militares ou de segurança e os sítios não nucleares sensíveis". No entanto, declara que "as decisões do Conselho Supremo de Segurança Nacional (CSSN) devem ser respeitadas".
A questão das inspeções das instalações nucleares iranianas, em particular militares, é um dos pontos mais delicados das negociações entre o Irã e o grupo 5+1 (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia, China e Alemanha).
Segundo a lei aprovada pelo parlamento, o governo terá que acatar as decisões do CSSN. O CSSN, presidido pelo presidente república, Hassan Rohani, é um organismo que depende diretamente do Guia Supremo, o aiatolá Ali Khamenei.
O acordo final com o 5+1 deve ser validado pelo Parlamento, mas parece improvável que os deputados se oponham às decisões do CSSN. O Parlamento sessionou a portas fechadas e o representante do governo, contrário à lei, não pôde falar, segundo a rádio iraniana. O porta-voz do governo, Mohammad Bagher Nobakht, disse que a lei é contrária à Constituição.
"A questão das negociações é parte da esfera do CSSN e não do governo ou do Parlamento", declarou o porta-voz à agência IRNA. A lei foi votada um dia após um encontro entre o chefe da diplomacia iraniana, Mohammad Javad Zarif, e seus colegas britânico, francês, alemão e a chefe da diplomacia europeia.
Os europeus pediram flexibilidade ao Irã, que rejeitou as demandas excessivas de seus interlocutores. No entanto, o Irã não descartou a possibilidade de alcançar um acordo no fim de julho se o 5+1 mostrar vontade política.