Os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) entraram novamente nesta quinta-feira na cidade curdo-síria de Kobane (norte), da qual haviam sido expulsos em janeiros pelos combatentes curdos. Também conseguiram entrar nos bairros sob controle das forças governamentais da cidade de Hasake, que tentam dominar há um mês, anunciou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
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Violentos combates aconteceram em Hasake, onde pelo menos 20 jihadistas e 30 soldados do governo morreram, segundo a ONG. Hasake, capital de uma província na fronteira com a Turquia, fica na região nordeste da Síria, onde algumas áreas são controladas pelas forças curdas.
A ofensiva do EI em Hasake começou na quarta-feira com um atentado suicida contra um posto de controle do governo. Mais tarde, o grupo jihadista assumiu o controle de dois bairros na zona sul da cidade. "Os civis dos bairros fogem para o norte da cidade, controlado pelos curdos. Continuam os violentos combates com bombardeios dos dois lados", afirmou o OSDH.
"Os jihadistas cometeram um ataque suicida na área próxima ao posto de fronteira com a Turquia e pelo menos cinco pessoas morreram", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane. "Depois começaram os combates intensos e há corpos nas ruas", completou, sem divulgar um balanço preciso.
Kobane, na fronteira com a Turquia, foi devastada pelos combates entre jihadistas e curdos que começaram no fim de 2014. Em janeiro de 2015, após quatro meses de combates, os jihadistas, que estiveram perto de assumir o controle da cidade, foram derrotados.
A ofensiva do EI nas áreas curadas do norte da Síria acontece depois de uma série de derrotas jihadistas na província de Raqa, em particular a perda da cidade de Tall Abyad, que permitia ao grupo extremista sunita transportar armas e combatentes a partir da Turquia.
Ao mesmo tempo, uma coalizão rebelde que tem a participação do braço sírio da Al-Qaeda iniciou nesta quinta-feira um ataque contra a cidade de Deraa (sul), segundo o OSDH. A coalizão, que também tem a presença de combatentes do grupo islamita Ahrar al-Sham, bombardeou áreas leais ao regime.