Lyon

Um morto e vários feridos em atentado contra usina de gás na França

Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe

Da AFP
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Publicado em 26/06/2015 às 7:59
Foto: PHILIPPE DESMAZES / AFP
Fora da usina atacada foi encontrada uma bandeira com inscrições em árabe - FOTO: Foto: PHILIPPE DESMAZES / AFP
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Uma pessoa foi decapitada e várias ficaram feridas em um atentado provavelmente terrorista cometido nesta sexta-feira em uma fábrica de gás perto da cidade de Lyon, no centro-leste da França, quase seis meses depois dos ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo.

Um suspeito foi detido e identificado, anunciou em Bruxelas o presidente francês, François Hollande, que acrescentou que se tratava de um atentado de natureza terrorista e que um cadáver decapitado foi encontrado perto da fábrica. A cabeça coberta com inscrições em árabe estava pendurada em uma grade, perto do local do atentado, indicaram fontes próximas à investigação.

O atentado ocorreu às 10h00 locais (05h00 de Brasília), na fábrica de gás da multinacional Air Products, segundo fontes judiciais. Hollande, que decidiu voltar a Paris, declarou que um conselho restrito se reunirá no Eliseu às 15h30 locais (10h30 de Brasília).

Um balanço provisório informava ao meio-dia local sobre um morto, encontrado decapitado no local, e dois feridos leves, segundo uma fonte próxima à investigação. Um dos autores do atentado entrou na fábrica da Air Products com uma bandeira islamita e detonou vários cilindros de gás, indicaram as fontes.

"Segundo os primeiros elementos da investigação, um ou vários indivíduos, a bordo de um veículo, entraram na fábrica. Então ocorreu uma explosão", informou uma fonte próxima ao caso.

"O corpo decapitado de uma pessoa foi encontrado nas imediações da fábrica, mas ainda não se sabe se foi transportado para lá ou não", acrescentou a fonte, que também mencionou "uma bandeira com inscrições em árabe encontrada no lugar".

Vigilância reforçada

O primeiro-ministro, Manuel Valls, ordenou uma vigilância reforçada em todos os locais sensíveis da região de Lyon, segunda cidade da França e que abriga muitas instalações industriais.

A procuradoria antiterrorista abriu uma investigação, anunciou o procurador da República de Paris, François Moulins, em um comunicado. O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, que se encontrava na região, declarou que o suposto autor do atentado era "vinculado ao movimento salafista".

Este suposto terrorista estava fichado por radicalização, mas não tinha antecedentes criminais, declarou o ministro. O atentado ocorreu quase seis meses após os ataques islamitas que deixaram 17 mortos em Paris em janeiro e que começaram com um tiroteio na sede da revista satírica Charlie Hebdo.

Desde os atentados de janeiro, o governo colocou em andamento um drástico plano de vigilância antiterrorista no espaço público e o ministro do Interior repetiu em várias ocasiões que a ameaça na França continuava sendo muito elevada.

Cazeneuve indicou no início de junho que foram identificadas 1.750 pessoas "por seu envolvimento de uma forma ou de outra nas fileiras jihadistas". Por outro lado, disse que atualmente estão abertos 130 processos judiciais, envolvendo 650 pessoas, ligados ao terrorismo.

Entre 7 e 9 de janeiro, três jihadistas lançaram ataques contra a revista satírica Charlie Hebdo, um supermercado kasher e policiais. Após os atentados, foi realizada uma histórica "marcha contra o terrorismo". Cerca de quatro milhões de pessoas saíram às ruas da França e mais de 1,5 milhão de pessoas se concentraram na capital francesa, enquanto dezenas de líderes de todo o mundo expressaram sua condenação aos ataques.

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