O governo da Tunísia reforça, desde o ataque terrorista de sexta-feira (26), a segurança a pontos turísticos no país. Temendo um grave impacto no turismo após a morte de 39 pessoas no balneário de Sousse, ao sul da capital, as autoridades locais devem armar pela primeira vez sua polícia turística.
O Ministério do Turismo afirmou que há planos de destacar mil homens armados a partir de quarta-feira (1º) para tal, posicionando policiais em torno de hotéis, praias e sítios arqueológicos.
A reportagem presenciou essa intensificação da segurança já no domingo (28), na cidade medieval de Kairouan, onde o atirador Saif Rezgui, 23, estudava engenharia. Após caminhar pelas ruelas durante a manhã, atraindo a atenção de moradores, a reportagem foi abordada por um policial a paisana que pediu documentação e informações em um curto interrogatório.
A entrada a hotéis também está sendo controlada com mais rigor. Ao hotel Movenpick, por exemplo, só se entra mostrando a chave eletrônica de um quarto. Os poucos turistas que se arriscam na praia -a maior parte parece preferir a piscina- são vigiados por funcionários durante todo o tempo.
Na sexta-feira, Rezgui aproximou-se de estrangeiros banhando-se diante do hotel Imperial Marhaba e disparou contra eles, deixando 39 mortos, no maior atentado a turistas na história do país e o segundo mais grave no Oriente Médio desde um massacre no Egito.
Segundo relatos, Rezgui havia escondido a arma com um guarda-sol e ria enquanto atirava contra os turistas. Ele interrompeu a ação para lavar as mãos na água do mar. Em seguida, foi morto pelas forças de segurança do país.
As autoridades locais ainda tentam investigar se houve cúmplices no atentado. O celular do atirador foi encontrado no mar, e seu computador foi confiscado na cidade de Gaafour, onde ele cresceu. Seus pais -que a repórteres afirmaram estar envergonhados pelo filho- foram brevemente detidos.