Vaticano

Papa inicia no Equador viagem a três países latino-americanos

Pontífice chegou no Equador em meio a manifestações, a favor e contra o governo do presidente Rafael Correa

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 05/07/2015 às 9:00
Foto: FILIPPO MONTEFORTE  AFP
Pontífice chegou no Equador em meio a manifestações, a favor e contra o governo do presidente Rafael Correa - FOTO: Foto: FILIPPO MONTEFORTE AFP
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O papa Francisco partiu neste domingo de Roma com destino ao Equador, primeira etapa de sua viagem de oito dias que também o levará à Bolívia e ao Paraguai, que se preparam para recebê-lo com muita festa.

O avião que transporta o pontífice argentino, um Airbus A330 da companhia italiana Alitalia, decolou do aeroporto de Fiumicino às 09h00 local (04h00 de Brasília). O avião do papa pousou às 14H43 locais (16H43 de Brasília) no aeroporto Marechal Sucre, 20 km a leste da capital equatoriana, constatou um jornalista da AFP. Sorridente, Francisco desceu as escadas minutos depois e recebeu um abraço do presidente equatoriano, Rafael Correa.

O Papa chega no Equador em meio a manifestações, a favor e contra o governo do presidente Rafael Correa, o que tem carregado de tensão o clima no país. Um dia antes, o Papa rezou como normalmente faz junto ao antigo ícone da Virgem Maria na basílica romana de Santa Maria Maggiore, para pedir que abençoe sua viagem à América Latina e homenageá-la com um buquê de flores nas cores das bandeiras dos três países que visitará. Francisco permanecerá no Equador até 8 de julho, quando partirá para a Bolívia, onde ficará até o dia 10, e concluirá seu giro apostólico no Paraguai, de onde voltará a Roma em 13 de julho.

Em todos os três países, o pontífice argentino permanecerá, em média, 48 horas, que serão divididas em duas etapas e que incluem Quito e Guayaquil, no Equador, La Paz e Santa Cruz, na Bolívia, e Assunção e Caacupé, no Paraguai.

Francisco, que completou 78 anos em dezembro, tomará nada menos que sete aviões e pronunciará 22 discursos, em uma das viagens mais "intensas" que fez desde que foi eleito Papa, em março de 2013. O pontífice viaja acompanhado pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Pietro Parolin, e Guzman Carriquiry, vice-presidente da Comissãon Pontifícia para a América Latina, entre outros.

A viagem do Papa suscita muitas expectativas nos países onde espera-se a mobilização de entre um e dois milhões de pessoas em algumas das cinco massas que oficiará. Esta é a nona viagem ao exterior do Papa e a segunda à América Latina depois do Brasil, realizada em julho de 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude.

O Papa se reunirá com os presidentes Rafael Correa (Equador), Evo Morales (Bolívia) e Horacio Cartes (Paraguai) e outros líderes da região, incluindo o de Honduras, Juan Orlando Hernandez, do Haiti, Michel Martelly, e da Argentina, Cristina Kirchner, que anunciaram a sua participação em vários eventos.

O primeiro papa jesuíta e latino-americano da história confirma com esta viagem de oito dias seu desejo de manifestar com gestos concretos sua proximidade e solidariedade com os esquecidos do mundo. A viagem de Francisco é de particular importância porque também constitui um ato de reconciliação com a história colonial da região, marcada pelas missões jesuítas, fundadas no século XVII para evangelizar os índios guarani e povos afins.

O quarto pontífice a visitar a América Latina, depois de Paulo VI (Colômbia, 1968), João Paulo II, que visitou o continente em 18 ocasiões, seguido por Bento XVI, que fez apenas duas viagens, chega a países que mudaram muito na última década.

Em setembro, ele retorna à América, desta vez a Cuba e Estados Unidos, após sua mediação histórica para a reconciliação entre os dois países e num momento em que seu prestígio continua a aumentar entre os católicos em todas as Américas.

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