O Palácio de Buckingham criticou neste sábado (18) a publicação, por um tabloide, de imagens em que a rainha Elizabeth 2ª, aos 7 anos, estaria supostamente fazendo a saudação nazista com sua família. As imagens são de 1933, ano em que Adolf Hitler tomou o poder na Alemanha.
As imagens, publicadas pelo jornal The Sun, vêm de um vídeo caseiro de 17 segundos. A família real está no quintal de sua residência de Balmoral, na Escócia, quando a rainha-mãe erguia a palma da mão ao lado da pequena Elizabeth. A familia inteira ri, incluindo Edward, tio da hoje rainha.
O palácio respondeu ao jornal, numa medida incomum. "É desapontador que esse filme, feito há oito décadas e aparentemente tirado do arquivo pessoal da família de sua majestade, tenha sido obtido e explorado dessa maneira", diz a nota. "Muita gente verá essas imagens no momento e contexto apropriados. É uma família brincando e fazendo referência a um gesto que muitos viram no noticiário".
De acordo com o historiador militar James Holland, ouvido pelo tabloide, o gesto era uma brincadeira comum na época.
"Acho que não houve uma criança sequer na Grã-Bretanha, nas décadas de 1930 e 1940, que não tenha feito a saudação nazista como forma de zombaria", ele disse.
O maior mistério para quem acompanha o caso de perto é o de como a filmagem vazou após mais de 80 anos. Nos últimos anos, o "The Sun" já foi acusado de invadir caixas de mensagens telefones celulares para noticiar casos populares de assassinato.
Para o ex-secretário de imprensa da rainha, Dickie Arbiter, a família real não se importaria se o filme tivesse sido divulgado dentro do contexto em que foi feito - levando em conta o fato de os parentes da rainha terem tomado uma posição ferozmente antinazista na 2ª Guerra. Mas ele disse que eles ficariam furiosos com o fato de o jornal ter obtido o que é essencialmente um vídeo caseiro.
Segundo Arbiter, a verdadeira extensão dos males causados pelo nazismo só foi conhecida mais tarde.
O editor do The Sun, Stig Abell, disse que as imagens foram obtidas de maneira legítima. Ele disse à BBC que a publicação "não é uma crítica à rainha ou à rainha-mãe