Esta semana, Barack Obama faz sua primeira visita como presidente ao Quênia, pátria de seu pai, durante sua viagem à África.
Na quinta-feira (23), ele embarca para Nairóbi e, de lá, segue para o Vale do Rift, ao norte, até a capital etíope Adis Abeba. Será o primeiro presidente americano da História a visitar a cidade.
Desde que assumiu o cargo, Obama já foi quatro vezes à África, mas nunca ao Quênia oficialmente. Ele conheceu o país antes de chegar à Casa Branca.
O pai de Barack Obama nasceu no oeste do Quênia, em uma cidade perto da linha do equador e do lago Vitória. Economista, abandonou a família quando o filho tinha apenas dois anos e faleceu em um acidente de carro em Nairóbi, em 1982, aos 46.
"É, evidentemente, importante, do ponto de vista simbólico. Espero que isso mostre que os Estados Unidos são um sócio forte, não apenas para o Quênia mas para África Subsaariana", declarou Obama.
Os dois presidentes devem tratar de comércio e de segurança, mas podem, eventualmente, derivar para um tom mais pessoal.
O pai de Obama foi economista do governo do pai de Uhuru Kenyatta, Jomo, que presidiu o país por 14 anos, de a independência do Quênia até falecer, em 1978.
Como os dois não se entendiam, o pai de Kenyatta destituiu Barack Obama (pai), relegando-o a um ostracismo que teria contribuído para seu alcoolismo.
O "retorno ao país", por parte de Obama, foi durante muito tempo adiado pela acusação contra o presidente Uhuru Kenyatta, pelo Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade. A denúncia diz respeito ao seu suposto envolvimento nos violentos atos pós-eleitorais entre o final de 2007 e o início de 2008. O caso foi abandonado em dezembro de 2014.
"Essa viagem é extraordinariamente importante para o presidente", afirmou o ex-secretário de Estado adjunto para a África Johnnie Carson.
Em Nairóbi, Barack Obama participará de uma cúpula mundial sobre o espírito empreendedor. Lançada em 2010, a iniciativa reunirá milhares de empresários e empresas.
Em Adis Abeba, ele tratará do déficit democrático africano, em encontro com os líderes do continente que integram a União Africana. Mais de 50 ONGs africanas e internacionais, como a Human Rights Watch e a Freedom House, escreveram ao presidente para lhe pedir que não deixa o assunto passar em branco.