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EUA e Turquia planejam 'zona livre de Estado Islâmico' na Síria

Embora ainda não esteja clara a extensão exata da zona, a imprensa turca divulgou que ela deve se estender por cerca de 40 km em direção ao território sírio

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Publicado em 27/07/2015 às 13:54
Foto: DICLE NEWS AGENCY/ AFP
Embora ainda não esteja clara a extensão exata da zona, a imprensa turca divulgou que ela deve se estender por cerca de 40 km em direção ao território sírio - FOTO: Foto: DICLE NEWS AGENCY/ AFP
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Os EUA e a Turquia trabalham na criação de uma zona de segurança, na fronteira entre o país turco e a Síria, com o objetivo de afastar a facção Estado Islâmico da região. Os dois países já teriam entrado em acordo sobre os pontos principais do plano.

A campanha envolveria forças turcas, grupos sírios insurgentes e aviões militares americanos para estabelecer uma faixa com cerca de 100 km de extensão, da margem oeste do rio Eufrates, estendendo-se pela província síria de Aleppo.

Um dos efeitos colaterais do plano seria o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea, objetivo há muito tempo almejado pelos turcos e pelas forças sírias de oposição ao ditador Bashar al-Assad -mas que não estaria incluído formalmente no acordo. Os alvos do Estado Islâmico localizados na área em questão estão entre os que mais sofre ataques aéreos das forças militares pró-Assad, de forma que não está claro se aviões de combate sírio serão afetados pela medida.

Embora ainda não esteja clara a extensão exata da zona, a imprensa turca divulgou que ela deve se estender por cerca de 40 km em direção ao território sírio, abarcando lugares de grande importância simbólica para o EI, como as cidades de Dabiq e Manbij.

As ações ocorreram pouco depois de os turcos autorizarem também que as forças americanas utilizassem sua base estratégica de Incirlik.

INIMIZADES

As discussões sobre o plano emergem num momento em que a Turquia implanta uma mudança radical na forma de lidar com a crise na região. Em uma série de ataques a territórios vizinhos lançados desde a última sexta (24), Ancara bombardeou tanto bases do Estado Islâmico quanto das forças curdas -as quais também combatem o EI- em território iraquiano.

Em resposta, um atentado reivindicado por curdos matou dois soldados turcos no último domingo (26). As ofensivas quebraram um cessar-fogo entre as duas partes que já durava dois anos.

As forças curdas -grupo étnico que reivindica a criação de um território nacional autônomo entre a Síria, a Turquia e o Iraque- contam com o apoio de potências ocidentais, incluindo os EUA.

Não está imediatamente claro, porém, se a zona de segurança planejada por EUA e Turquia também afetaria áreas controladas pelos curdos na região. Ações turcas no norte da síria têm causado reações de líderes curdos, que acusam Ancara de tentar enfraquecer a presença da etnia na região.

Grupos militares curdos, como o braço armado do PKK (partido dos trabalhadores da etnia), estão entre os mais ativos entre as forças que combatem a milícia radical em solo, principalmente no Iraque. A Turquia, por outro lado, não tem envolvido suas próprias tropas no combate direto, optando por bombardeios e ataques aéreos.

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