Migrantes desesperados para chegar ao Reino Unido em busca de uma vida melhor ainda tentam atravessar o Eurotúnel por Calais, no Norte da França, dois dias depois de um homem de origem sudanesa ser atropelado por um caminhão na área do canal. Foi a nona morte nos últimos dois meses.
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O governo francês enviou nessa quarta-feira (29) mais 120 homens para reforçar a segurança do local, mesmo assim, grupos de migrantes foram vistos tentando furar o bloqueio durante a madrugada. Na segunda-feira (27), cerca de 2 mil pessoas tentaram entrar no túnel para fazer a travessia do Canal da Mancha e entrar no Reino Unido. Na terça-feira (28), foram 1,5 mil.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, falou à imprensa durante visita ao Vietnã na manhã de hoje (30) e descartou a possibilidade de oferecer vistos de trabalho para os migrantes. “Há um enxame de pessoas vindo pelo Mediterrâneo em busca de uma vida melhor, querendo vir para a Grã-Bretanha pois temos bons empregos, somos uma economia em ascensão, um lugar incrível para se viver. Mas precisamos proteger nossas barreiras e de mais dadas com o governo francês é isso que estamos fazendo”, disse.
Cameron declarou, ainda, que o problema precisa ser tratado na origem. “Precisamos impedir que as pessoas atravessem o Mar Mediterrâneo. Isso significa tentar estabilizar os países de onde eles vem”, afirmou. A crise em Calais é consequência do aumento no fluxo de migração ilegal de pessoas pelo Mar Mediterrâneo, fugindo da guerra e da pobreza, em busca de uma vida melhor nos países da Europa. De janeiro a junho deste ano, mais de 130 mil pessoas entraram no continente europeu pela rota. Quase 1,9 mil morreram tentando completar a travessia.
A União Europeia planeja oferecer asilo ainda este ano para 40 mil migrantes, mas, em reunião entre os ministros do Interior e da Justiça no último dia 20, as nações se comprometeram a absorver um número menor, 32 mil pessoas. O Reino Unido, por causa de tratados com a União Europeia, não tem obrigação de participar do rateio. O país decidiu abrigar 2,2 mil refugiados, mas não fará a regularização deles.