Pressionada por um nível de reprovação recorde de 70%, a presidente socialista do Chile, Michelle Bachelet, divulgou nesta segunda-feira as novas diretrizes para a segunda parte de seu governo, que incluem alterações nas reformas em andamento.
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"Estamos dando prioridade a algumas iniciativas para que se adaptem a realidade dos novos tempos e às condições que o Chile requer", disse Bachelet ao final de uma reunião com seu gabinete e os líderes dos partidos governistas.
Entre outras iniciativas, Bachelet aceitou modificar as exigências para os estudantes beneficiados pelo ensino universitário gratuito, que entrariam em vigor em 2016.
"A partir do próximo ano, 50% dos estudantes menos favorecidos que frequentam as universidades do CRUCH (Conselho de Reitores), e também as universidades privadas que cumpram certos critérios, poderão ser beneficiados com esta gratuidade", disse Bachelet.
Durante a campanha, Bachelet prometeu que no final de seu mandato, em 2018, a gratuidade universitária chegaria a 70% dos estudantes menos favorecidos, atingindo 100% em 2020, totalizando mais de um milhão de estudantes.
Nesta segunda-feira, a presidente disse que "nos pareceu mais razoável ampliar a base de beneficiários a estas outras universidades", explicou Marcelo Díaz, porta-voz do governo.
Em outra medida anunciada, visando relançar a economia, Bachelet informou a criação de um "fundo de infraestrutura", além de alterações na implementação gradual de uma reforma tributária que visava arrecadar 8,2 bilhões de dólares para financiar a reforma na educação.
A presidente anunciou ainda uma reforma trabalhista e o início, em setembro, do processo constituinte "como a primeira etapa" para a abolição da atual Constituição, herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
"Fixamos um mapa muito claro dos projetos prioritários durante este ano e o próximo", disse Bachelet. A aprovação de Bachelet, que hoje não passa de 26%, sofreu uma brusca queda após a revelação, em fevereiro, de uma milionária transação envolvendo especulação imobiliária e o filho mais velho da presidente, Sebastián Dávalos, agora investigado por "uso de informação privilegiada" e "tráfico de influência".