Migrantes

UE deve resistir ao populismo na crise da imigração, afirma Juncker

Presidente da Comissão Europeia afirmou que está 'decepcionado' com as dificuldades para obter a solidariedade entre os Estados no tema da migraçã

Da AFP
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Publicado em 05/08/2015 às 8:21
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Presidente da Comissão Europeia afirmou que está 'decepcionado' com as dificuldades para obter a solidariedade entre os Estados no tema da migraçã - FOTO: Foto: AFP
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A União Europeia deve resistir ao "populismo" na crise dos migrantes, declarou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, em uma entrevista à AFP.

"Há momentos na política nos quais não se deve seguir com os populistas", disse Juncker, que recordou que os governos têm a "obrigação de atuar" para resolver a situação das dezenas de milhares de refugiados que chegam à Itália e Grécia.

Jean-Claude Juncker afirmou que está "decepcionado" com as dificuldades para obter a solidariedade entre os Estados no tema da migração. Em julho, os europeus chegaram a um acordo para abrigar 22.504 refugiados sírios.

Mas os ministros do Interior não conseguiram chegar a um acordo para a distribuição entre os países europeus dos 40.000 demandantes de asilo político que entraram na Itália e Grécia, países com capacidade de recepção saturada.

"Fizemos propostas que, apesar de modestas, vão longe, dada a magnitude do problema. Apresentamos propostas de um sistema obrigatório de divisão dos solicitantes de asilo e das pessoas que merecem uma proteção internacional, mas os Estados membros não aceitaram e nos obrigaram a buscar um acordo baseado no voluntariado", disse.

"Não alcançamos o objetivo, mas no outono (primavera no Brasil) vamos retomar o esforço para chegar ao número 60.000. Se conseguirmos com uma base voluntária, ainda melhor. Se não for possível, teremos que reconsiderar a proposta da Comissão", destacou.

Juncker também expressou preocupação com a situação em Calais, norte da França, onde milhares de migrantes tentam entrar no Eurotúnel para chegar ao Reino Unido.

"A Comissão está disposta a fornecer uma ajuda ao governo francês primeiro e ao britânico depois, mas até o momento não recebemos nenhum pedido em particular", disse.

"Conservamos os créditos orçamentários que podem ser destinados, não tanto como uma solução do problema, mas sim para aliviar o peso da carga", explicou.

Na terça-feira, o comissário europeu para a Migração, Dimitris Avramopoulos, recordou que França e Grã-Bretanha podem dispor, respectivamente, de 266 e 370 milhões de euros como parte do Fundo Europeu para o Asilo e a Migração.

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