Aviação

Buscas por destroços do MH370 são relançadas na Ilha de Reunião

Avião de carga, patrulhas a pé, missões de helicóptero e de brigada aquática foram mobilizadas

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 07/08/2015 às 11:45
Foto: RICHARD BOUHET / AFP
Avião de carga, patrulhas a pé, missões de helicóptero e de brigada aquática foram mobilizadas - FOTO: Foto: RICHARD BOUHET / AFP
Leitura:

As operações de busca para encontrar possíveis novos destroços procedentes do voo MH370 começaram nesta sexta-feira (7) na Ilha de Reunião, com o objetivo de avançar na investigação e desvendar o enigma de seu desaparecimento em março de 2014.

Um avião militar de transporte tipo CASA decolou da base militar aérea de Sainte-Marie (norte de Reunião) "para efetuar buscas ao redor da costa" da ilha francesa, situada no oceano Índico, informou à AFP a comandante Aline Simon.

As autoridades francesas anunciaram na quinta-feira à noite o envio de "meios aéreos e marítimos adicionais para detectar a possível presença de novos destroços" após a identificação quase certa de um fragmento de asa - chamado flaperon - pertencente ao Boeing 777 do voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 8 de março de 2014 com 239 pessoas a bordo.

Além do avião de carga, "patrulhas a pé, missões de helicóptero e de brigada aquática" foram mobilizadas, de acordo com o governo francês.

As condições meteorológicas complicaram o lançamento da operação nesta sexta de manhã, porque chovia no norte e leste da ilha.

"As condições não são ideais para um voo ou para a mobilização de um edifício da Marinha", ressaltaram fontes próximas às autoridades da Reunião.

Com o anoitecer, as operações foram interrompidas e serão retomadas no domingo.

A cidade de Saint-André, onde foi encontrado o fragmento de asa e o pedaço de uma mala em 29 de julho, anunciou por sua vez que "equipes comunitárias e associativas" realizariam "uma busca completa" do seu litoral.

As autoridades da ilha vizinha de Maurice também continuavam as buscas em seu território a pedido de Kuala Lumpur.

Um avião usado pela polícia realizou dois sobrevoos na quinta-feira. Um terceiro foi realizado por uma aeronave Defender utilizado para buscas no mar, segundo indicou nesta sexta-feira um porta-voz da polícia da ilha.

 

Imenso perímetro

O perímetro potencial de buscas é imenso. Se as primeiras análises do flaperon encontrado na semana passada permitiram aos investigadores franceses apontar com quase certeza absoluta seu pertencimento ao voo MH370, sua origem geográfica permanece incerta.

A investigação francesa deve se concentrar particularmente em torno da Corrente Equatorial Sul (SEC). Esta corrente quente circula entre a Austrália - onde se concentram as buscas pelo avião - e a Indonésia em direção a Madagascar.

Segundo vários especialistas oceanógrafos, essa corrente teria carregado o flaperon para Reunião.

O CASA, aeronave de carga tática militar, é particularmente conhecido pela sua grande autonomia em voo, que permite cobrir uma grande área.

Estas buscas deveriam ajudar a trazer novos elementos para a investigação.

Para muitos especialistas aeronáuticos, o flaperon certamente permitiu confirmar formalmente que o voo MH370 caiu no mar, mas é improvável que as análises ainda em curso nesta peça permitam explicar as causas do acidente, nem por que o avião se desviou de seu plano de voo.

Para tanto, seriam necessários outras partes e, idealmente, as caixas-pretas.

 

Acalmar as famílias

Estas buscas também visam acalmar as famílias das vítimas que não escondem a sua desconfiança  vis-à-vis as autoridades malaias ou australianas.

"Não é apenas uma peça, mas centenas de destroços que temos de encontrar. Um único detrito após 16 meses é extremamente suspeito", declarou na quinta-feira na I-Tele Ghyslain Wattrelos, pai e marido três das quatro vítimas francesas.

"A Austrália diz que esta descoberta confirma a zona do acidente, mas isso não confirma nada. Eu não acredito, desde o início, que o avião caiu no local onde estão nos dizendo", desabafou.

Parentes dos 153 desaparecidos chineses também pediram nesta sexta-feira à companhia aérea Malaysia Airlines de financiar sua viagem à Reunião.

"Queremos ver pessoalmente qual é a situação real", disse Lu Zhanzhong, pai de um dos passageiros: "Eu quero ir ver se a mala de meu filho não está lá".

Últimas notícias