Os diplomatas da embaixada dos Estados Unidos em Havana, que será aberta formalmente na próxima sexta-feira pelo secretário de Estado, John Kerry, poderão circular livremente pela Ilha e "interagir com um grupo amplo" de cubanos, disse nesta segunda-feira (10) o chefe da missão, Jeffrey DeLaurentis.
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As negociações para o restabelecimento das relações entre os dois países, iniciadas em janeiro, exigiram vários meses, exatamente por divergências sobre o livre trânsito dos diplomatas dos dois países além das respectivas capitais.
"Não tínhamos contato (com a população) anteriormente porque era preciso solicitar autorização para viajar além dos limites de Havana", disse DeLaurentis ao site OnCuba.
"O mais importante é poder interagir com um grupo amplo e representativo de cubanos: funcionários do governo, membros da sociedade civil e cubanos comuns", acrescentou o diplomata, que dirigia há um ano a Seção de Interesses dos Estados Unidos em Havana, transformada em embaixada.
Kerry presidirá na sexta-feira (14) a cerimônia de reabertura da embaixada, quando içará a bandeira dos Estados Unidos no prédio situado no Malecón, 25 dias após o chanceler Bruno Rodríguez fazer o mesmo em Washington.
As negociações para a retomada das relações "foram centradas no acesso (do público) à embaixada e em nossa liberdade de movimento", recordou DeLaurentis.
"Agora podemos nos deslocar livremente" e "como embaixada é possível fazer contato com muito mais cubanos, em toda a Ilha", explicou. "Queremos criar uma embaixada acolhedora, que possa ser visitada tanto por cubanos como por americanos".
Os dois países limitavam o trânsito de diplomatas com a intenção de dificultar os contatos com o povo, entre outras razões.
A nova embaixada dos EUA espera "estabelecer relações respeitosas e de cooperação com Cuba" e assim "contribuir para a reconciliação dos povos de Cuba e Estados Unidos" após mais de meio século de afastamento.
Kerry será o primeiro secretário de Estado americano a visitar Havana desde 1945.