Dívida

Grécia acelera novo plano de resgate

Desse modo, Atenas está confiante em acabar com as reservas de seus sócios europeus mais intransigentes

Da AFP
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Publicado em 12/08/2015 às 17:54
Foto: ARIS MESSINIS / AFP
Desse modo, Atenas está confiante em acabar com as reservas de seus sócios europeus mais intransigentes - FOTO: Foto: ARIS MESSINIS / AFP
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A Grécia acelerou nesta quarta-feira (12) na direção de um novo acordo com seus credores sobre um terceiro resgate financeiro internacional, deixando de lado as reservas de alguns países europeus liderados pela Alemanha.

O governo de Alexis Tsipras apresentou um projeto de lei de 400 páginas, após ter pactuado com seus credores os principais aspectos das reformas exigidas em troca do resgate que pode chegar a 86 bilhões de euros em três anos, segundo a Grécia.  

O texto será debatido em comissões parlamentares a partir desta quinta-feira pela manhã, antes de ser votado entre a noite de quinta e a madrugada de sexta-feira pelo Parlamento, informou nesta quarta-feira uma fonte do governo. 

É provável que o executivo grego consiga ratificar este projeto de lei - com o apoio dos 106 deputados dos principais partidos de oposição - antes da próxima reunião do Eurogrupo, cuja próxima convocação é esperada para a sexta-feira, segundo fontes europeias. 

Desse modo, Atenas está confiante em acabar com as reservas de seus sócios europeus mais intransigentes. 

Segundo uma fonte do governo de Atenas, a chanceler alemã, Angela Merkel, falou por telefone com Tsipras na terça-feira e voltou a demonstrar dúvidas em relação ao acordo que deve permitir o pagamento de uma primeira parcela do plano de ajuda da Grécia. 

Merkel voltou a expressar sua preferência por um financiamento-ponte que permita à Grécia pagar os 3,4 bilhões de euros que deve ao Banco Central Europeu no dia 20 de agosto.

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, disse nesta quarta-feira que a Alemanha ainda precisa de tempo para revisar as condições do acordo técnico alcançado com a Grécia e informou que esperava poder definir sua posição "até o final da semana". 

"Acredito que conseguiremos chegar a um acordo e a um plano de ajuda que acabe com a incerteza econômica", declarou nesta quarta-feira Tsipras, que previu o fracasso "de quem tem um plano oculto para reorganizar a zona do euro utilizando a Grécia". 

 

Acordo 'difícil'

Os 300 deputados gregos, que tiveram que retornar a Atenas, têm algumas horas para estudar a longa lista de  reformas que poderia endurecer ainda mais as condições de vida dos habitantes, após seis anos de crise e dois planos de ajuda internacionais.

Para o ministro do Interior, Nikos Voutsis, o acordo é "difícil" e contém medidas "recessivas" que complicarão o crescimento de uma economia afetada pela entrada em vigor, no fim de junho, de um estrito controle de capitais.

Na terça-feira (11), o ministro da Economia, Yorgos Stathakis reconheceu que em 2015 voltará a ser um ano de "pequena recessão", adjetivo muito otimista, segundo vários economistas.

Fontes europeias indicaram nesta quarta-feira que a economia grega, que retomou o caminho do crescimento em 2014 após seis anos de recessão, sofrerá uma queda de  2,3% do PIB em 2015 e de 1,3% em 2016. 

A votação do projeto de lei desce mal para os 149 deputados do Syriza -e para os 13 do partido de direita soberanista Anel- que foram eleitos em janeiro com a promessa de acabar com a austeridade. 

Tsipras terá na quinta-feira (13) uma nova ocasião para comprovar o apoio com o qual pode contar, depois de que aproximadamente 40 deputados de seu partido se negaram a aprovar os dois primeiros pacotes de medidas impostas pelos credores em julho. 

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