Autoridades italianas anunciaram nesta terça-feira (18) a detenção de oito suspeitos de tráfico de pessoas, também conhecidos como atravessadores, acusados da morte de 49 migrantes encontrados no sábado (15) fechados em um porão de uma embarcação de pesca. A descoberta dos corpos aconteceu durante uma operação da Marinha italiana no Mar Mediterrâneo, ao Norte da Líbia.
A embarcação de 13 metros deixou o território líbio na noite de sexta-feira (14) com 362 pessoas a bordo. Diante do excesso de carga, os traficantes tentaram reter várias pessoas no porão para manter a estabilidade da embarcação. Esses homens "bateram com os punhos, pés, bastões e cintos nas cabeças daqueles que queriam respirar um pouco de ar” e “ter uma oportunidade de sobreviver”, explicou Michelangelo Patanè, procurador adjunto da província de Catânia, na Sicília, onde chegaram ontem (17) os sobreviventes resgatados e os corpos das vítimas.
As vítimas morreram após algumas horas “provavelmente devido à falta de ar e à inalação da fumaça do motor”, acrescentou Patanè, atribuindo essas mortes às condições da viagem e ao comportamento dos suspeitos.
Os oito homens foram identificados pelos sobreviventes. São três marroquinos, incluindo o comandante da embarcação, quatro líbios e um adolescente sírio de 17 anos.
Entre os mais de 300 sobreviventes, 116 são cidadãos marroquinos que vão ser repatriados nos próximos dias. Os outros sobreviventes, a maioria oriundos da África Subsaariana, de Bangladesh e do Paquistão, vão ser transferidos para centros de acolhimento na Itália enquanto aguardam possíveis pedidos de asilo.
As detenções desses atravessadores são muito frequentes após operações de salvamento no mar, uma vez que os migrantes identificam aqueles que estão nos comandos das embarcações.