O presidente russo, Vladimir Putin, pode se reunir com seu colega americano, Barack Obama, no fim de setembro na ONU se Washington solicitar, disse nesta quarta-feira (19) o ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov.
"Nossos colegas americanos nos dão mostras de que desejam manter o contato", declarou Lavrov, segundo imagens da televisão russa, durante uma visita à península ucraniana da Crimeia, que a Rússia anexou em março de 2014.
"Se fizerem esta proposta (de se reunir), acredito que nosso presidente a considerará de maneira positiva", indicou Lavrov.
Vladimir Putin viajará no fim de setembro a Nova Iorque para participar na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Putin e Obama se reuniram pela última vez em novembro de 2014 em Pequim, à margem da cúpula de Cooperação Econômica da Ásia Pacífico (APEC), mas não tiveram tempo para abordar a questão ucraniana, segundo um funcionário americano de alto escalão.
As relações entre Moscou e Washington se encontram em seu pior momento desde o fim da Guerra Fria como consequência da crise ucraniana.
Tanto Washington quanto a União Europeia acusam a Rússia de apoiar militarmente os rebeldes pró-russos no leste da Ucrânia, algo que Moscou nega, e adotaram uma série de sanções econômicas contra a Rússia.
Lavrov indicou, por outro lado, que a Rússia vai "seguir com atenção" as negociações previstas para segunda-feira em Berlim entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e os presidentes francês, François Hollande, e ucraniano, Petro Poroshenko, dirigidas a avançar na resolução do conflito na Ucrânia.
"Para nós é evidente que é preciso pressionar mais Kiev para convencê-lo de que se deve respeitar os compromissos adquiridos em Minsk no dia 12 de fevereiro", quando foi concluído um acordo sobre o cessar-fogo na Ucrânia, explicou.