Um homem abriu fogo nesta sexta-feira (21) em um trem de alta velocidade entre Amsterdã e Paris, ferindo duas pessoas, antes de ser dominado por passageiros americanos e preso na estação de Arras (norte da França), um ataque qualificado como "ataque terrorista" pelo premiê belga, Charles Michel.
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O suspeito estaria em uma lista dos serviços de inteligência franceses, segundo fontes policiais. De acordo com os primeiros elementos da investigação, trata-se de um marroquino ou de origem marroquina e teria 26 anos de idade.
A procuradoria antiterrorista de Paris assumiu a investigação, "dada as armas utilizadas, o local e o contexto".
O estado civil do suspeito ainda está sendo verificado e, se sua identidade for confirmada, este homem constaria numa lista de pessoas com vínculos com o terrorismo.
Ao se manifestar sobre o caso, o premiê belga, Charles Michel, denominou o incidente de "ataque terrorista".
"Condeno o ataque terrorista em Thalys e declaro minha solidariedade às vítimas", escreveu Michel em sua conta no Twitter.
Entre as vítimas, "uma pessoa ficou gravemente ferida e corre risco de morte", enquanto a segunda sofreu "ferimentos menos graves", informou o porta-voz do ministério do Interior Pierre-Henry Brandet ao canal BFMTV.
A vítima em estado grave é britânica, de acordo com uma fonte da polícia.
O ator francês Jean-Hugues Anglade ficou levemente ferido, segundo indicou à AFP uma testemunha sob a condição de anonimato. A informação foi confirmada pela família do ator. Ele teria se ferido acidentalmente.
O atirador foi controlado ao sair do banheiro por dois soldados americanos que teriam ouvido ele recarregar uma arma. Ele estaria com uma ou duas armas, uma das quais poderia ser um fuzil Kalashnikov.
O homem foi preso pouco depois das 16h00 GMT (13H00 de Brasília) e posto sob custódia.
O ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, deve se dirigir ao local do ataque, enquanto o presidente François Hollande assegurou em um comunicado que "tudo está sendo feito para esclarecer" esse tiroteio.
"Os passageiros estão seguros e a situação está sob controle. O trem está parado e os serviços de emergência estão no local", tuitou a companhia Thalys, subsidiária da SNCF, o serviço ferroviário francês.
O porta-voz da SNCF, Christophe Piednoel, disse que a SNCF havia enviado apoio psicológico ao local do ataque.
No início da noite, entre 150 a 200 passageiros estavam no pátio da estação de trem de Arras com as suas malas, na presença de um grande número de policiais, bombeiros e ambulâncias, segundo um jornalista da AFP.
"Nós estávamos no trem e percebemos que ele começou a diminuir a velocidade ao se aproximar de Arras. Trinta minutos depois, ele parou completamente. Uma vez na estação, ficamos 15 minutos bloqueados. Em seguida, houve uma mensagem nos dizendo que a polícia estava a caminho", relataram à AFP Maxime Vialat e Charlotte Bosse, de 20 anos.
Desde os ataques de 7 de janeiro contra a redação da revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher em Paris, que matou 17 pessoas, um plano de luta contra o terrorismo foi criado em todos os locais públicos e considerados sensíveis.