O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prepara um plano com ministérios e governos locais para que o Reino Unido possa acolher mais refugiados sírios, informou nesta quinta-feira (3) o jornal britânico "The Guardian".
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Se a informação for confirmada, isto representaria uma mudança na abordagem em relação à crise migratória. O Reino Unido tem reforçado a segurança nas fronteiras e defendido maior combate aos traficantes de pessoas.
As medidas foram discutidas em uma reunião nesta quinta. Segundo a publicação, os escolhidos para ir à Europa serão retirados de campos do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) na Turquia, no Líbano e na Jordânia.
Pelo plano, ficarão de fora os sírios que já estão na Europa e cidadãos de outros países. Dentre eles, os originários de países africanos, que formam a maioria dos que tentam entrar no Reino Unido pelo Eurotúnel.
O governo britânico, afirma "The Guardian", avalia esta possibilidade para evitar aumentar o fluxo de refugiados para a Europa e incentivar as quadrilhas de tráfico de pessoas que fazem as viagens da Ásia e da África.
A publicação não traz números concretos, mas as autoridades estudam trazer dezenas de milhares de sírios vindos dos acampamentos. A intenção é que o número seja um pouco menor que o acolhido pela Alemanha.
Desde o início da guerra civil, em 2011, o Reino Unido deu abrigo a 5.000 sírios, incluindo os que tiveram concedido asilo, refúgio e outras formas de proteção humanitária. Destes, apenas 200 vieram de campos de refugiados.
O número de sírios abrigados no Reino Unido é três vezes maior que os que tiveram o benefício concedido no Brasil até outubro de 2014. Segundo o Acnur, 1.075 cidadãos do país árabe receberam refúgio das autoridades brasileiras.
SOLUÇÃO
Em entrevista coletiva pela manhã, Cameron disse ser necessária uma uma solução mais ampla à crise que só receber pessoas. Ele voltou a defender a estabilização da Síria e da Líbia como uma forma de conter o fluxo de imigrantes.
"Eu diria que os maiores responsáveis por estas cenas terríveis que vemos são [o ditador Bashar] Assad na Síria, os açougueiros do Estado Islâmico e as quadrilhas criminosas que controlam o comércio de pessoas. E devemos ser duros com todos eles ao mesmo tempo."
O primeiro-ministro britânico é criticado pela oposição trabalhista por não dar uma abordagem humana aos imigrantes. Nas últimas semanas, o Reino Unido enviou mais recursos e reforçou a segurança na região de Calais, na França.
A intenção é evitar a entrada de imigrantes no território britânico pelo Eurotúnel, passagem ferroviária do canal da Mancha entre as ilhas britânicas e a Europa continental.