Os 71 migrantes encontrados mortos em um caminhão frigorífico morreram por asfixia em pouquíssimo tempo, depois que o veículo iniciou viagem, segundo uma autópsia austríaca divulgada pela polícia.
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"Tendo em vista o número de pessoas e o volume de ar disponível, a morte aconteceu provavelmente em pouco tempo" depois que o grupo subiu a bordo, na fronteira sérvio-húngara, declarou em uma entrevista coletiva o responsável pela investigação, Hans-Peter Doskozil, se baseando nos resultados preliminares da necropsia.
Até o momento, as vítimas (59 homens, 8 mulheres e 4 crianças) não foram identificadas, mas a investigação deve revelar que se tratam de sírios, iraquianos e afegãos, completou na entrevista em Eisenstadt, na Áustria.
O caso do caminhão encontrado no dia 27 de agosto abandonado em uma rodovia perto de Parndorf causou comoção em toda Europa.
Segundo a investigação, os migrantes subiram no caminhão no dia 26 de agosto e devem ter sido carregados mortos por cerca de 24 horas, quando aconteceu a macabra descoberta. O caminhão frigorífico estava "fechado hermeticamente", ressaltou Doskozil.
Análises de DNA feitas na cabine do veículo confirmaram o envolvimento de cinco suspeitos (quatro búlgaros e um afegão) detidos na Hungria, completou.
A justiça búlgara acusou nesta sexta-feita três desses detidos por "crime organizado".
Entre eles está Tsvetan Georgiev Tsvetanov, de 32 anos, suspeito de dirigir o caminhão. Na quinta-feira, Tsvetanov declarou que não sabia que transportava seres humanos.