Em encontro com a imprensa na manhã desta segunda-feira (7), em Paris, o presidente francês, François Hollande, anunciou que a França vai acolher 24 mil refugiados nos próximos dois anos.
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O presidente propôs ainda que seja organizada na capital francesa uma conferência internacional sobre a atual crise da imigração na Europa.
Segundo Hollande, a crise, representada no afluxo de imigrantes para os países da UE "pode ser controlada".
"A Comissão Europeia vai propor a distribuição de 120 mil refugiados (entre os países da UE) nos próximos dois anos, o que representa 24 mil pessoas para a França. Nós os receberemos", afirmou o presidente.
"É o dever da França, de cuja alma o direito de asilo faz parte", disse Hollande, lembrando que esse direito está previsto na Constituição francesa.
"Tendo em conta estes dramas [da imigração], propus, com a chanceler Angela Merkel [da Alemanha], um mecanismo obrigatório e permanente de acolhimento de refugiados, para dividir esforço entre os países europeus".
Hollande ressaltou que "a palavra 'obrigatório' é importante, porque é diferente do que foi feito, ou melhor, do que não foi feito, nos últimos meses".
Esse sistema e uma política comum "devem agora ser adotados pelos países europeus", prosseguiu o francês, afirmando que, sem uma política comum, o sistema "explodirá", e isso poderia significar "o fim do espaço Schengen, o retorno às fronteiras nacionais".
Implementado há 20 anos, o espaço Schengen é uma área que reúne 26 países europeus que dispensam o uso de passaporte por seus cidadãos. O modelo permite, na prática, que refugiados e imigrantes cruzem de um país para o outro sem monitoramento.
O presidente francês ressaltou que, com as fronteiras nacionais, "não haverá a resposta necessária [para a crise dos refugiados]".
"Precisamos da Europa, e a Europa precisa de solidariedade e de responsabilidade", disse o presidente francês.
Para que o mecanismo proposto seja eficaz, Hollande disse que é necessário controlá-lo com centros para registrar os imigrantes e verificar quais podem ser atendidos pelo direito de asilo. "Mas também é necessária uma maior colaboração com os países de origem", afirmou.