CONFLITO

ONU denuncia dezenas de milhares de desaparecimentos forçados no Sri Lanka

A guerra civil no Sri Lanka, que durou várias décadas e deixou mais de 100 mil mortos, terminou em 2009 com o esmagamento da rebelião dos separatistas tamis

Da AFP
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Publicado em 16/09/2015 às 11:59
Foto: FABRICE COFFRINI / AFP
A guerra civil no Sri Lanka, que durou várias décadas e deixou mais de 100 mil mortos, terminou em 2009 com o esmagamento da rebelião dos separatistas tamis - FOTO: Foto: FABRICE COFFRINI / AFP
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Um relatório da ONU denunciou "dezenas de milhares de desaparecimentos forçados" no Sri Lanka durante o conflito com a rebelião tamil e cogitou criar um tribunal especial integrado por juízes locais e internacionais para investigar os crimes de guerra cometidos por ambas as partes.

"Um tribunal especial híbrido, que integre juízes, procuradores, advogados e investigadores internacionais" é necessário para investigar os crimes cometidos durante o conflito no Sri Lanka, estimou o relatório.

Um "tribunal puramente doméstico não tem nenhuma possibilidade de superar as suspeitas nutridas por décadas de violações", acrescentou o informe redigido por especialistas a pedido do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Ocorreram, em especial, "graves violações entre 2002 e 2011" e "fortes indícios de que ambas as partes cometeram provavelmente crimes de guerra e contra a humanidade", afirmou o documento.

A guerra civil no Sri Lanka, que durou várias décadas e deixou mais de 100 mil mortos, terminou em 2009 com o esmagamento da rebelião dos separatistas tamis. 

"Os desaparecimentos forçados afetaram dezenas de milhares de cingaleses durante décadas", sustentou o relatório.

"Existem elementos razoáveis para acreditar que os desaparecimentos forçados foram efetuadas no âmbito de um ataque amplo e sistemático contra a população civil", acrescentou o documento de 250 páginas.

O relatório aponta o desaparecimento de muitas pessoas que haviam se rendido na fase final da guerra e não foram encontradas.

Os especialistas da ONU também denunciam "a amplitude das violações sexuais cometidas contra os detidos, extremamente brutais" que afetaram tanto as mulheres quanto os homens.

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