CLIMA

Papa deseja que a UE reconheça "dívida ecológica" para com o Sul

"Da minha parte, garanto meu apoio e o da Santa Sé para responder adequadamente ao grito tanto da Terra como o dos pobres", disse

Da AFP
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Publicado em 16/09/2015 às 12:50
Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
"Da minha parte, garanto meu apoio e o da Santa Sé para responder adequadamente ao grito tanto da Terra como o dos pobres", disse - FOTO: Foto: GABRIEL BOUYS / AFP
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O papa Francisco pediu nesta quarta-feira (16) que os ministros do Meio Ambiente da União Europeia (UE) reconheçam a "dívida ecológica" com os países do hemisfério sul e fez um apelo por acordos "desejados" na reunião mundial de Paris sobre o clima.

"Existe uma dívida ecológica, sobretudo entre Norte e Sul, relacionada com os desequilíbrios comerciais e que tem consequências de tipo ecológico. Também pelo uso desproporcional dos recursos naturais historicamente por alguns países. Temos que honrar esta dívida", disse o papa ao receber no Vaticano os 28 ministros do Meio Ambiente da UE.

"Vocês devem contribuir para resolver esta dívida com o bom exemplo", completou o pontífice, que publicou este ano a encíclica "Laudato Si'", na qual pede uma "revolução verde" e critica o "uso irresponsável dos bens que Deus colocou na Terra".

Francisco convidou os ministros a trabalhar "intensamente" para que em Paris, durante a reunião de cúpula da ONU sobre o clima em dezembro, se alcance o "resultado desejado".

"Da minha parte, garanto meu apoio e o da Santa Sé para responder adequadamente ao grito tanto da Terra como o dos pobres", disse.

"As pessoas mais afetadas pela degradação do meio ambiente são os pobres, que sofrem as consequências mais graves", reiterou ao pedir uma "solidariedade que consiga, ao mesmo tempo, combater a degradação do meio ambiente e a pobreza".

Os negociadores sobre a mudança climática, que trabalham para tentar alcançar um acordo global na Conferência de paris, estão divididos entre a ameaça de uma catástrofe planetária e o medo do fracasso.  

A ameaça do aquecimento global e as expectativas crescentes da opinião pública pressionam por um acordo à altura do problema.

Diante dos ministros, Francisco citou algumas medidas que devem ser adotadas, incluindo "limitar do consumo de energia não renovável, destinar recursos aos países necessitados para fomentar programas de desenvolvimento sustentável e estimular a gestão adequada das florestas".

O "pontífice ecológico", como é chamado, reiterou o pedido de "mudança do estilo de vida" baseado no consumismo.

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