SANTIAGO

Turista recifense narra momentos de pânico durante terremoto no Chile

Pernambucana que mora em Fernando de Noronha disse ter se surpreendido com a calma dos chilenos na hora dos tremores

Maria Regina Jardim
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Maria Regina Jardim
Publicado em 17/09/2015 às 11:57
Foto: reprodução/Facebook
Pernambucana que mora em Fernando de Noronha disse ter se surpreendido com a calma dos chilenos na hora dos tremores - FOTO: Foto: reprodução/Facebook
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Muitos turistas brasileiros que estão no Chile ainda não haviam conseguido dormir no final da manhã desta quinta-feira (17), desde os abalos sísmicos que o país sofreu na noite de ontem (16), por volta das 20h. O terremoto de 8,3 graus fez os prédios tremerem e causou vários tremores secundários durante a madrugada. Dez mortos já foram registrados.

A recifense Margarete Buonafina, 33 anos, contou ter chegado a adormecer, mas novos tremores a acordaram durante toda a noite no hostel onde está hospedada em Bellavista, no Centro da capital chilena, Santiago. "Eram tremores fracos. O que sentimos durante a madrugada eram só réplicas, mas estamos muito assustados", relatou Margarete.

O terremoto aconteceu na semana das festas pátrias, as comemorações mais importantes do ano para os chilenos. No próximo sábado (18), é comemorado o Dia da Independência do Chile; já no domingo (19), celebra-se o Dia da Glória no Exército. É um período bastante turístico, em que são realizadas várias festas de rua e o comércio fecha no país. Segundo Margarete Buonafina, as casas e os espaços públicos estão todos decorados com as cores da bandeira chilena e o clima continua sendo de comemoração, mesmo após o terremoto. "Esse feriado é muito importante para o país. As pessoas querem festa. E acho que merecem", opinou.

Margarete diz que a população local se mantém tranquila e as atividades estão normalizadas na capital chilena. "Os brasileiros estão apavorados, mas os chilenos impressionam pela calma. Acho que já estão acostumados com este tipo de situação", disse Margarete. O último grande terremoto que atingiu o país aconteceu em 2010, com um tsunami que deixou mais de 500 mortos e abalos de 8,8 graus de magnitude na escala Richter.

A recifense, que mora em Fernando de Noronha, está no Chile desde a terça-feira (15). De acordo com ela, sua volta ao Brasil está programada para a próxima segunda (21), mas os aeroportos estão fechados. A turista criticou o governo por não dar nenhuma previsão sobre o dia. "Eu tinha um passeio turístico programado, mas desisti de tudo. Não sabemos se a falta de informações é uma forma de evitar um grande impacto no turismo do país ou se também é uma realidade para as autoridades", afirmou. Hoje, Margarete visitaria as cidades costeiras de Valparaíso e Viña Del Mar, que estavam até o início da manhã com alertas de tsunami. "A maioria das pessoas desistiu de fazer o passeio, um dos mais famosos daqui", falou.

Margarete contou ter demorado para se dar conta de que os tremores se tratavam de um terremoto. "Quando os abalos começaram, eu estava atravessando uma grande avenida e pensei ser um metrô passando. As pessoas começaram a correr para fora dos prédios e um homem ao meu lado mandou que eu me afastasse de postes e me protegesse, pois estava acontecendo um terremoto", relatou. "Foi aí que comecei a me assustar, pensei na minha família no Brasil. Só queria avisá-los que estava bem. Corri para um local que tivesse wi-fi e falei com eles", completou.

"Hoje, vou fazer um passeio turístico por Santiago, tentar aproveitar o que dá, mesmo com o medo. E, claro, ficar sempre alerta com os tremores no chão", finalizou Margarete Buonafina.

IMAGENS

Os turistas pernambucanos Victor Polesky e Thiago Cavalcanti, que estão de férias no Chile, enviaram à TV Jornal um vídeo com relatos dos primeiros momentos dos tremores em um supermercado na cidade de Las Condes. O arquiteto Victor Polesky chegou a registrar garrafas de vinhos se batendo nas prateleiras do estabelecimento e pessoas tentando se abrigar no local. De acordo com ele, muitas pessoas não sabiam o que estava acontecendo e, passado o susto, a situação amanheceu mais tranquila no país, nesta quinta-feira (17). Ele e a família também devem voltar ao Brasil na próxima segunda-feira (21). Confira as imagens:

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