ELEIÇÕES

Cinco regiões da Bolívia rejeitam autonomia e oposição vê derrota de Evo Morales

De acordo com a apuração parcial, o 'Não' vence em La Paz com 70,4% dos votos, contra 29,6% do 'Sim'

Da AFP
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Publicado em 21/09/2015 às 9:04
Foto: José LIrauze / ABI
De acordo com a apuração parcial, o 'Não' vence em La Paz com 70,4% dos votos, contra 29,6% do 'Sim' - FOTO: Foto: José LIrauze / ABI
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Cinco regiões da Bolívia rejeitaram nesse domingo (20) em um referendo os estatutos de autonomia, apesar do apoio do presidente Evo Morales, em um resultado interpretado pela oposição como um repúdio às aspirações de reeleição do governante.

Com participação de entre 60% e 70% dos eleitores, os departamentos que votaram sobre os estatutos de autonomia foram La Paz, Potosí (sul), Chuquisaca (sudeste), Oruro (oeste) e Cochabamba (centro). 

Os estatutos são um mecanismo para que as regiões tenham mais autonomia administrativa a respeito do Poder Executivo, mas a elaboração das normas foram pouco divulgadas.

De acordo com a apuração parcial, o 'Não' vence em La Paz com 70,4% dos votos, contra 29,6% do 'Sim'.

Em Cochabamba a rejeição era de 71,7%, contra 28,3% de apoio. Em Chuquisaca o 'Não' tinha 75,1%, enquanto Potosí registrou o maior índice de rejeição, 92,6%. 

Em Oruro o 'Não' registrava 76,5% dos votos.

Quase 3,8 milhões de pessoas deveriam comparecer às urnas, já que a votação era obrigatória.

A oposição considerou a rejeição aos estatutos uma resposta à falta de consenso na elaboração dos textos, assim como uma mensagem de repúdio à tentativa de reeleição do presidente Morales para um novo período (2020-2025), pois ele foi o grande defensor do 'Sim'.

Morales chegou ao poder em 2006, iniciou um segundo mandato em 2010 e o terceiro em 2015, com duração até 2020. O Tribunal Constitucional decidiu em 2013 que o primeiro mandato não deveria ser considerado porque a gestão aconteceu sob a antiga Carta Magna.

A atual Constituição, que entrou em vigor em 2009, permite apenas um mandato e uma reeleição consecutiva. Mas o governo acaba de apresentar um projeto de reforma para possibilitar um novo mandato de Morales de cinco anos, desde 2020 a 2025.

A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso, que depois deve convocar um referendo.

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