O tráfego estava mais lento que de costume nesta segunda-feira (21) no centro de Buenos Aires porque os motoristas dos veículos passavam lentamente por sua avenida mais ampla para constatar que o Obelisco, ícone da capital argentina, estava sem sua ponta, graças a uma ilusão de óptica.
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"Advertimos aos que vão ao centro nestas horas da manhã que o tráfego está mais lento que de costume devido à curiosidade despertada pelo pedaço do Obelisco que pegaram", avisou o comentarista de uma rádio local.
Uma réplica da ponta do monumento mais emblemático da cidade apareceu no domingo na Esplanada do Museu de Arte Latino-Americano de Buenos Aires (Malba), a quatro quilômetros de seu local original. Ali os visitantes podiam conhecer seu interior e olhar pelas janelas como se estivessem realmente a 70 metros de altura.
Trata-se da intervenção 'A democracia do símbolo', primeira obra 'site-specific' de Leandro Erlich (Buenos Aires, 1973) na Argentina, que tomou este ícone como eixo central de um projeto de arte pública monumental.
"Me interessa gerar projetos nos quais a arte escape às fronteiras dos centros convencionais de exibição e se inclua na ordem do dia", explicou o artista em um comunicado divulgado pelo Malba.
Segundo Erlich, "a relação das cidades com os monumentos e com o que significa visitá-los, porque não são apenas os turistas que o fazem, tem a ver com a apropriação, com o orgulho, com o pertencimento. E o Obelisco na Argentina é um monumento que nunca foi pensado para ser visitado", acrescentou.
Por esta razão, e graças a um efeito visual que esconde a ponta do Obelisco, deixando-o com um topo plano, Leandro Erlich ficou obcecado em oferecer a possibilidade de visitar seu interior e descobrir sua vista aérea pela primeira vez desde sua fundação, em 1936.