Em meio à desaceleração econômica e previsão de menor arrecadação de impostos, o governo do Chile anunciou nesta segunda-feira (21) que vai congelar os salários dos 200 funcionários do governo mais bem remunerados como um sinal de austeridade.
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Pelo compromisso, a presidente Michelle Bachelet, ministros, deputados, senadores e lideranças regionais deverão abrir mão do reajuste de 4,5% que seria aplicado em 1º de dezembro.
A medida promoverá uma economia de 70 milhões de pesos chilenos (pouco mais de R$ 400 mil) aos cofres públicos. Mas tem forte impacto em um momento em que a classe política do país atravessa uma crise de confiança devido a escândalos de corrupção que alcançaram até a família presidencial.
Nesta terça (22), jornais chilenos especulavam se também os juízes da Suprema Corte adeririam à iniciativa, que foi apresentada pelo ministro da Fazenda, Rodrigo Valdés, ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado.
A proposta nasceu dentro do Parlamento, que se propôs ainda a criar uma comissão para estudar a mudança permanente da legislação que prevê reajustes anuais a deputados e senadores.
"O crescimento da economia está sendo bastante menor do que se projetava e isso tem como consequência menos arrecadação para o Estado. É como uma família que vê a renda que entra em casa crescendo menos e tem que escolher como gastar o dinheiro que tem", disse Valdés.
Segundo previsão da Cepal (comissão econômica ligada às Nações Unidas), o Chile deverá crescer 2,5% neste ano, como resultado da queda dos preços das matérias-primas que exporta, como o cobre.