Durante visita à Baviera nesta quarta-feira (23), o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, acusou a Alemanha de impor o que chamou de "imperialismo moral" sobre os outros países da Europa no que diz respeito à acolhida dos milhares de estrangeiros que acorrem ao continente.
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Conhecido por sua postura contrária à acolhida de migrantes e refugiados, Orban foi um dos líderes a manifestar rejeição ao plano, apresentado pela União Europeia (UE) nesta terça-feira (22), que prevê um sistema de cotas entre países do continente para distribuir 120 mil requerentes de asilo até o fim de 2016.
Frente à intensificação do fluxo de migrantes e refugiados na região, a Alemanha vem liderando os esforços para uma política de acolhimento dos estrangeiros. Sozinha, prevê receber até 1 milhão de pessoas até o fim de 2015.
"Mesmo que a Alemanha decida aceitar a migração massiva, por favor, não tornem obrigatório que outros façam o mesmo", declarou Orban na cidade alemã de Bad Staffelstein.
"Somos húngaros, não podemos pensar com mentalidades alemãs. A Hungria deveria ter o direito de controlar o impacto da migração massiva", adicionou.
Porta de entrada da UE no Leste Europeu, a Hungria concluiu na semana passada a construção de uma cerca na fronteira com a Sérvia e utilizou gás lacrimogêneo para barrar fluxo de migrantes.
A maioria dos milhares de estrangeiros que têm entrado em território húngaro segue para outros países mais ricos e receptivos, como a Alemanha.
REUNIÃO
Orban deve se reunir nesta quarta-feira com outros líderes de UE em Bruxelas (Bélgica) para discutir os desacordos em torno da política europeia em relação à crise de refugiados.
Mais cedo, o premiê afirmara que iria levar à reunião a proposta de criar um sistema global de cotas para que "todo o mundo se envolva na gestão da crise de refugiados".
Ele também havia dito que retomaria a sugestão de que membros da UE se voluntariem para enviar tropas às fronteiras da Grécia para barrar a entrada de migrantes em território europeu.