O secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, declarou-se contrário a que os Estados Unidos imponham novas sanções ao governo venezuelano, como sugeriu um porta-voz americano, segundo uma entrevista divulgada nesta segunda-feira (28).
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"Se houver sanções, vamos estar contra estas sanções. Já dissemos, não é a maneira de resolver estes temas", declarou Almagro ao canal privado venezuelano Globovisión, em Washington.
O ex-chanceler uruguaio foi consultado sobre declarações do porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, que informou em meados de setembro que o governo do presidente Barack Obama considerará "uma gama de opções" para "aplicar pressão" contra o governo de Nicolás Maduro.
Isto, depois que em 10 de setembro uma juíza venezuelana condenou a quase 14 anos de prisão o líder opositor radical Leopoldo López pelos protestos contra Maduro que deixaram 43 mortos entre fevereiro e maio de 2014.
"Vamos assegurar que outros países do hemisfério priorizem não só o respeito, mas inclusive a proteção dos direitos humanos básicos dos cidadãos", completou Earnest em declarações à imprensa americana.
Previamente, o secretário de Estado americano, John Kerry, manifestou que a sentença contra López gerava "preocupação sobre a natureza política do processo judicial e do veredicto, assim como o uso do sistema judicial venezuelano para reprimir e castigar os críticos do governo".
Em resposta, Maduro disse que seu governo estava avaliando a aproximação iniciada com Washington, advertindo que não permitirá um duplo discurso.
As tensões entre os dois países - que não têm embaixadores desde 2010 - alcançaram um ponto crítico em março quando Obama assinou um decreto que classificava a situação da nação petroleira como uma "ameaça" para a segurança americana, junto a uma série de sanções contra sete funcionários do governo venezuelano.
Contudo, Washington e Caracas retomaram o contato para normalizar os vínculos, o que incluiu um diálogo telefônico entre Kerry e a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, em 8 de setembro, e antes disso reuniões de Maduro com o enviado americano Thomas Shannon.