No segundo dia de debates da Assembleia Geral da ONU, o presidente da Colômbia Juan Manuel Santos afirmou que seu país está próximo de uma solução final com as Farc, as Forças Revolucionárias da Colômbia.
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Santos disse que participava “mais otimista do que nunca” da Assembleia da ONU e que gostaria de falar para o mundo sobre a finalização do acordo com os militantes armados. “Hoje venho aqui para afirmar, perante o mundo, que, entre os mais de 20 conflitos armados em curso no mundo, que geram tanta dor, pobreza e sofrimento, há um, o do meu país, que está no caminho final de uma solução real”, disse, em seu discurso.
Na semana passada, o governo colombiano e as FARC anunciaram um acordo de paz histórico, depois de quase três anos de negociações mediadas pelo governo de Cuba.
“Firmamos um acordo sobre o que é mais difícil em qualquer processo de paz. Um sistema transitório de justiça que garante a não impunidade para os crimes mais graves cometidos durante o conflito”, afirmou o presidente colombiano. Santos disse ainda que os termos acordados respeitam a normalidade, os princípios do direito internacional e a Constituição da Colômbia.
Segundo ele, “pela primeira vez, o direito das vítimas à justiça, à verdade, à reparação e a não repetição são colocados no centro da solução de um conflito armado”. O presidente da Colômbia destacou ainda que seu país termina um conflito que tem sido fator negativo do fenômeno do narcotráfico e disse acreditar que, uma vez baixadas as armas, a guerrilha se converterá em um aliado para combater o tráfico de drogas. Para Santos, “isso terá um simbolismo extraordinário”.
“Aqueles que desenvolveram cultivos de drogas ilegais vão nos ajudar a erradicá-los. Assim ganha a Colômbia, o mundo ganha, porque começaremos a nos livrar da droga e, ao mesmo tempo, a preservar e salvar milhões de hectares de florestas tropicais”, concluiu.