O xerife do condado de Douglas, John Hanlin, recusou-se nesta sexta-feira (2) a pronunciar o nome do atirador que matou nove pessoas em uma escola técnica de Roseburg, no Estado americano do Oregon.
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Para Hanlin, citar o nome do estudante Christopher Harper-Mercer, 26, seria uma forma de dar mais fama do autor do crime. O nome do atirador foi revelado por policiais que participam das investigações.
"Não quero glorificar seu nome. Não quero glorificar sua causa", disse o xerife. "Vocês não vão ouvir mais seu nome de mim ou de qualquer um que esteja envolvido nesta investigação."
Hanlin mencionou o fato de que o atirador queria chamar atenção depois que a imprensa americana divulgou uma mensagem feita por Harper-Mercer depois da morte de dois jornalistas em uma transmissão ao vivo na Virgínia.
Ele disse ter vibrado com Vester Flanagan, o atirador deste ataque. "Um homem que ninguém conhecia agora é conhecido por todos. Parece que, quanto mais gente você mata, mais você fica no centro das atenções."
O silêncio sobre o nome do atirador ganhou apoio de internautas e moradores da cidade, como Trey Bailey, 19. "Se ele estivesse passando por uma situação ruim, ele deveria procurar ajuda, não atirar em todo mundo."
Esta não é a primeira vez que isto acontece. No ano passado, policiais do Estado de Washington, vizinho ao Oregon, evitaram se referir pelo nome ao estudante que abriu fogo no refeitório de uma escola de ensino médio.
Segundo testemunhas, o atirador invadiu uma sala de aula da escola técnica Umpqua, matou um professor e depois mandou que os estudantes se levantassem e informassem suas religiões antes de matar um por um.
A polícia encontrou com o criminoso um colete a prova de balas, três pistolas, um fuzil e munição. No apartamento que dividia com a mãe, em Winchester, foram encontradas outras armas. Todas compradas de forma legal.
DEFESA DAS ARMAS
O novo ataque a uma escola retomou o debate sobre a necessidade de restrições às armas. Visivelmente irritado, o presidente Barack Obama pediu que o Congresso aprove leis mais rígidas pera controlar armamento.
"De alguma maneira isto se tornou rotineiro. O relato é rotineiro. Minha resposta aqui, neste pódio, acaba sendo rotineira", declarou. "Estamos ficando anestesiados a isto."
Antes de atuar no último ataque, Hamlin era um defensor da liberdade na venda de armas. Um mês após o ataque à escola de Newtown, em Connecticut, em 2012, ele enviou uma carta ao vice-presidente Joe Biden.
"O controle de armas não é a solução para prevenir esse tipo de crimes hediondos como ataques a escolas", disse o policial, na carta com data de 15 de janeiro de 2013.
Ele não quis comentar sobre sua posição em relação as armas nesta sexta. Conhecida pelos caçadores, a região de Roseburg concentra grande número de apoiadores das armas, assim como Hamlin.