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Boko Haram mata 1.600 pessoas na África desde junho

As vítimas foram mortas desde o início de junho pelo grupo extremista na Nigéria, Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados da Anistia Internacional

MARCOS OLIVEIRA
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MARCOS OLIVEIRA
Publicado em 11/10/2015 às 7:00
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As vítimas foram mortas desde o início de junho pelo grupo extremista na Nigéria, Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados da Anistia Internacional - FOTO: Foto: AFP
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Uma pessoa é morta a cada duas horas na Nigéria, Camarões, Chade e Níger em virtude dos ataques do grupo terrorista Boko Haram. Embora a maior parte das atenções do mundo se voltem para os crimes cometidos pelo Estado Islâmico (EI), 1.600 pessoas foram mortas desde o início de junho pelo grupo africano, de acordo com memorando divulgado pela Anistia Internacional.

O diretor de advocacia e investigação da Anistia Internacional da África, Netsanet Belay, alerta que a situação na Nigéria é uma das mais preocupantes. Além da nação africana ser a região principal dos ataques do grupo extremista Boko Haram – cujo nome significa “a educação ocidental ou não-islâmica é um pecado”, em línguas faladas no Norte da Nigéria –, as forças militares oficiais também são acusadas de uma série de crimes contra a própria população.

De acordo com o relatório da Anistia Internacional, publicado em 3 de junho, o presidente Muhammadu Buhari prometeu investigar as evidências de que as forças militares nigerianas cometeram abusos de direitos humanos, crimes de guerra e atos que podem ser classificados como crimes contra a humanidade. Até agora, mostra Netsanet, nenhuma investigação começou.

“O número de pessoas assassinadas esse ano é chocante, com mais de 3.500 vítimas civis em menos de 300 dias”, acusou o diretor, em memorando. Na Nigéria, os sequestros de mulheres estão longe de ter um fim. Das 276 alunas raptadas de uma escola em abril de 2014, 219 seguem desaparecidas.

Em Camarões, os crimes contra os civis também foram cometidos similarmente tanto pelo Boko Haram quanto pelas forças de segurança do Estado. Organizações como o Conselho das Nações Unidas de Direitos Humanos (UNHRC, em inglês) e a Anistia divulgam constantemente solicitações para que o governo de Camarões inicie de forma urgente investigações “independentes, imparciais e transparentes” dos casos cometidos por todos os grupos em conflito no país.

Mesmo com a força de repressão contra o grupo terrorista aumentando, a estrutura dele ainda deixa preocupado o continente africano e todo o mundo. São 15 mil combatentes e mais de 7.500 mortos desde o início de 2014. No mesmo período, estima-se que 2 mil mulheres tenham sido sequestradas. Na última quarta-feira (7), o exército nigeriano anunciou a morte de 100 terroristas. 

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