Conflito

França pode ter matado jihadistas franceses na Síria

ONG síria disse que havia seis mortos franceses, mas informação ainda não foi confirmada

Da AFP
Cadastrado por
Da AFP
Publicado em 12/10/2015 às 10:45
Foto: AFP
ONG síria disse que havia seis mortos franceses, mas informação ainda não foi confirmada - FOTO: Foto: AFP
Leitura:

A França continuará atacando os combatentes do Estado Islâmico na Síria "seja qual for sua nacionalidade", reiterou nesta segunda-feira (12) o governo deste país, que admitiu que jihadistas franceses podem ter morrido em seu últimos bombardeios.

"Nossa responsabilidade é atacar o Daesh (acrônimo árabe do Estado Islâmico) e seguiremos atacando-o seja qual for a nacionalidade de seus membros", afirmou o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, em visita à Jordânia.

"Deste ponto de vista, os terroristas não têm passaportes", acrescentou.

Pouco antes destas declarações, uma fonte governamental falou sobre a possível presença de franceses entre as vítimas dos bombardeios da França na Síria, uma informação que, se for confirmada, levantaria um debate sobre a base jurídica destas operações.

Uma ONG síria disse que havia seis mortos franceses, mas "a esta hora não podemos confirmar nada", acrescentou a fonte.

Por sua vez, o primeiro-ministro francês se limitou a dizer que "possivelmente" cidadãos franceses morreram em um ataque na madrugada de sexta-feira, mas não confirmou o número de seis falecidos.

Francófonos mortos

Interrogado pela AFP, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG síria que conta com uma ampla rede de informantes neste país em guerra, não pôde confirmar a morte dos franceses.

No entanto, esta ONG havia dado na sexta-feira um balanço de 16 mortos no bombardeio francês da noite de quinta-feira contra um campo de treinamento na Síria, entre eles três jovens de menos de 18 anos, e um chefe, Abu Abdullah al Belgiki, supostamente de nacionalidade belga.

Algumas das vítimas tinham nomes marroquinos e podem ter a dupla nacionalidade franco-marroquina, segundo o OSDH.

O ministério francês da Defesa admitiu nesta segunda-feira que podem existir cidadãos franceses ou de língua francesa entre os mortos neste campo localizado cinco quilômetros a sudoeste de Raqa, o reduto dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).

Mas disse que não podia "confirmar com certeza nada relacionado a este bombardeio".

"Sabemos que este campo treinava combatentes para enviá-los à Europa e à França", disse o ministério.

Escolheram seu campo

Os serviços de inteligência franceses confirmaram durante interrogatórios com jihadistas a presença de combatentes estrangeiros na Síria, entre eles franceses, indicou o ministério da Defesa.

Segundo uma fonte próxima, os serviços especializados puderam confirmar a morte de 139 jihadistas na Síria, entre os mil jihadistas que viajaram a este país a partir da França, sem contar com as possíveis vítimas do ataque da semana passada.

Assim como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, a França se ampara na legítima defesa - ou seja, prevenir ataques em seu território - para justificar seus bombardeios na Síria. No entanto, as famílias de vítimas francesas podem processar o Estado por matar seus próprios cidadãos.

Últimas notícias