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Playboy não vai mais publicar fotos de mulheres nuas

Mulheres que posarão para a revista não estarão mais nuas, mas continuarão aparecendo em poses provocantes

Da AFP
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Da AFP
Publicado em 13/10/2015 às 7:11
Foto: Gabriel Bouys/AFP
Mulheres que posarão para a revista não estarão mais nuas, mas continuarão aparecendo em poses provocantes - FOTO: Foto: Gabriel Bouys/AFP
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A Playboy, revista lançada em 1953 com uma capa particularmente sexy de Marilyn Monroe, anunciou que, em face da concorrência de sites pornográficos, vai parar de publicar fotos de mulheres nuas.

A publicação, que derrubou tabus nos anos 1950 com suas fotografias de mulheres com os seios à mostra, disse que a partir da edição de março de 2016 a publicação será redesenhada de "cima a baixo". 

"A revista Playboy repaginada incluirá um desenho completamente moderno e, pela primeira vez na história, não terá nus em suas páginas", informou em comunicado a Playboy Enterprises. 

A Playboy explicou que agora terá "fotos sensuais das mulheres mais bonitas do mundo", mas sem mostrá-las nuas, e que "continuará oferecendo sua premiada mistura de conteúdos de jornalismo de investigação, entrevistas e ficção". 

"O clima político e sexual de 1953, ano em que Hugh Hefner apresentou a Playboy ao mundo, já não se parece mais com o atual", disse o chefe executivo da Playboy Enterprises, Scott Flanders. 

"Agora as pessoas estão a um clique de todos os atos sexuais imagináveis de forma gratuita. E agora a revista ficou fora de moda", explicou Flanders ao jornal New York Times.

Também comentou que as pessoas "hoje têm mais liberdade de expressão política, sexual e cultural, e isso em grande parte graças à heroica missão de Hef de expandir estas liberdades".

A revista está à procura de uma nova imagem, ante os sites pornográficos que oferecem gratuitamente "todos os atos sexuais imagináveis. (A publicação de fotos nuas) está totalmente ultrapassada agora", explicou.

A decisão foi tomada após uma reunião com o fundador da revista, Hugh Hefner. Com o advento da pornografia na internet, a Playboy, que vendia 5,6 milhões de cópias em 1975, não vende mais do que 800.000 atualmente.

A revista acredita que ao acabar com tais fotos poderá exibir parte de seu conteúdo nas principais redes sociais, como Facebook, Twitter e Instagram.

A revista vai continuar a apresentar a "playmate" do mês, mas pretende se adaptar para ser vista por um público de 13 anos ou mais, explicou um dos diretores, Cory Jones.

 


- Grandes entrevistas -

Apesar de ser conhecida principalmente pela publicação de fotos de mulheres nuas, a Playboy também publicou ao longo dos anos entrevistas com grandes figuras da história.

Foi em suas páginas que Martin Luther King disse que "a América é hoje uma nação muito doente", que Malcolm X discutiu a luta pelos direitos dos negros, e que o músico de jazz Miles Davis explicou que, para os negros, "seria muito melhor se o racismo desaparecesse, se pudéssemos nos livrar desta úlcera que atormenta o estômago". Ou ainda que o futuro presidente americano Jimmy Carter reconhecesse ter interesse em outras mulheres "em seu coração".

Sua entrevista com John Lennon e Yoko Ono, por uma terrível coincidência, estava nas bancas quando o ex-Beatle foi assassinado, em dezembro de 1980.

A revista também publicou contos de escritores famosos, como Vladimir Nabokov, Margaret Atwood ou Haruki Murakami e imagens de fotógrafos famosos como Helmut Newton e Annie Leibovitz. Enquanto que muitas celebridades posaram em suas páginas, de Kim Basinger a Drew Barrymore, passando por Madonna e Sharon Stone.

Segundo a empresa, a nova revista terá um tamanho maior e será impressa em papel mais grosso de melhor qualidade, para conferir à publicação "um caráter colecionável".

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