O Estado Islâmico (EI) paga aos seus recrutadores até US$ 10 mil por cada estrangeiro que se une à facção na Síria e no Iraque, disse nesta sexta (16) uma representante das Nações Unidas envolvida na elaboração de um relatório sobre o tema.
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Segundo Elzbieta Karska, que lidera a pesquisa sobre combatentes estrangeiros que viajam a zonas de conflito, o EI utiliza redes sociais e conexões informais e familiares para recrutar novos soldados.
Karska fez uma breve apresentação à imprensa de dados preliminares -o relatório está previsto para 2016 -na Bélgica, um dos países europeus mais afetados pelo fenômeno e de onde saíram ao menos 500 pessoas para lutar na Síria e no Iraque desde 2010.
Os intermediários, que em muitos casos estão na Síria, "obtêm um pagamento em função do número de recrutados e se eles posteriormente se casam", afirmou. Caso o recrutado seja alguém com formação, como um especialista em informática ou médico, o valor pago é maior.
"Os recrutadores recebem de US$ 2.000, US$ 3.000 a US$ 10 mil, dependendo de quem for recrutado."
O perfil dos combatentes é diverso, mas a idade média gira em torno dos 23 anos e cada vez há mais mulheres que decidem partir. Os motivos são variados, desde "convicção religiosa", "necessidade de se sentir aceito" e "razões humanitárias" à busca por "aventuras".
De acordo com Karska, o perfil nem sempre corresponde a pessoas com subempregos. "Muitos dos recrutados têm uma boa situação econômica."