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Um imigrante eritreu que havia sido confundido com o responsável por um ataque armado no sul de Israel no domingo (18) morreu nesta segunda-feira (19) no hospital. Após o ataque, ele havia sido baleado por um soldado e agredido por civis que estavam no local.
O imigrante foi identificado pelas autoridades como Heptom Zerhom, um eritreu de quase 30 anos.
Ao menos um soldado israelense foi morto e 11 pessoas ficaram feridas em decorrência do ataque de um palestino armado contra a estação de ônibus da cidade israelense de Beersheba. O agressor foi baleado e morto pela polícia.
Após o ataque, uma multidão reunida do lado de fora da estação de ônibus gritava "morte aos árabes". A polícia busca identificar os responsáveis pelo ataque contra o imigrante para puni-los.
"É terrível", disse nesta segunda-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Emmanuel Nahshon. "Isso demonstra a terrível situação em que estamos."
O jornal israelense "Yediot Ahronot" estampou em um artigo sobre a agressão contra o eritreu o título: "Só por causa da cor de sua pele". Imigrantes africanos reclamam frequentemente sobre discriminação racial em Israel.
Um israelense identificado como Dudu, que participou da agressão contra o imigrante, disse à rádio do Exército israelense estar arrependido.
"Eu entendi das pessoas que ele era um terrorista. Se eu soubesse que ele não era um terrorista, acredite em mim, eu o teria protegido como a mim mesmo", afirmou. "Eu não dormi bem à noite. Eu me sinto enojado."
O ataque em Beersheba foi um dos incidentes mais graves na atual escalada de violência na região. Desde o começo de outubro já morreram cerca de 40 palestinos, parte deles responsáveis por agressões a faca, e dez israelenses.
CISJORDÂNIA
Também neste domingo, dezenas de israelenses que visitavam na Cisjordânia o túmulo de José, ponto sagrado do judaísmo que foi incendiado na sexta-feira (16), foram atacados por palestinos antes de uma ação do Exército que retirou todos do local. Não houve vítimas.
O grupo, composto por cerca de 30 pessoas, entrou na cidade de Nablus durante a madrugada sem autorização do Exército.
Os israelenses foram atacados por palestinos ao chegarem ao local, e, pouco depois foram retirados por soldados de Israel, que coordenaram a operação com policiais palestinos.
A polícia israelense considerou a visita "irresponsável" e disse que "poderia ter acabado de forma trágica".