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O governo japonês reconheceu nesta terça-feira (20), pela primeira vez, que um ex-funcionário da central nuclear de Fukushima tem leucemia em consequência das radiações provocadas pelo acidente nuclear de março de 2011.
Outros operários da central de Fukushima Daiichi, nordeste do Japão, gravemente afetada pelo tsunami de 2011, sofrem de câncer, mas esta é a primeira vez que o ministério japonês da Saúde reconhece oficialmente uma relação de causa e efeito entre as radiações e a doença.
"Este caso cumpre com as condições para que seja reconhecido", afirmou um funcionário do ministério da Saúde.
O operário de 30 anos trabalhou de outubro de 2012 a dezembro de 2013 na central de Fukushima Daiichi, informaram as autoridades.
Outros três casos estão sendo examinados, segundo o ministérios, que já havia rejeitado reclamações similares de ex-trabalhadores da central nuclear.
Três dos seis reatores da central de Fukushima Daiichi entraram em fusão poucas horas depois do maremoto que devastou a costa nordeste do Japão há quatro anos e meio.
Depois foram registradas explosões de hidrogênio que destruíram vários pontos da central, o que provocou o vazamento de elementos radioativos.
Milhares de trabalhadores atuaram em rodízio para retomar o controle das instalações e implantar os meios para resfriar os reatores, retirar os escombros contaminados e preparar o desmantelamento.
Oficialmente ninguém morreu em consequência da exposição às radiações depois da catástrofe de Fukushima, o mais grave desastre nuclear civil no mundo depois da explosão de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.
O caso reconhecido nesta terça-feira (20) é o primeiro que envolve o acidente de Fukushima, mas no passado os diagnósticos de câncer de 13 trabalhadores do setor nuclear (não envolvidos nas obras de Fukushima) foram atribuídos à exposição às radiações.