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A Grécia atingiu nesta semana a entrada de 500 mil migrantes e refugiados, divulgou nesta (20) o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) em Genebra, na Suíça.
“A barreira foi atingida ontem [segunda-feira] com a chegada às ilhas do Mar Egeu de cerca de 8 mil pessoas, elevando o número total de chegadas [ao território grego] para 502.500", declarou a porta-voz da agência das Nações Unidas, Melissa Fleming.
Com os dados, o número total de migrantes que chegaram este ano à Europa via mar Mediterrâneo já ultrapassou as 643 pessoas, até o momento.
Diante das chegadas em massa ao território grego, muitos refugiados e migrantes “procuram desesperadamente prosseguir caminho o mais rápido possível, porque temem que as fronteiras que pretendem cruzar se fechem em breve”, disse Melissa Fleming.
Hoje de manhã, mais de 27,5 mil pessoas continuavam aguardando nas ilhas gregas, para obter documentos necessários e prosseguir caminho até ao continente.
Para Melissa Fleming, um dos grandes desafios do Acnur é tentar convencer as pessoas que “existem outros locais onde serão bem recebidas, além da Alemanha, Áustria ou Suécia”, os três países que são o destino preferencial de grande parte dos refugiados e dos migrantes.
Um alto funcionário da polícia grega disse hoje que “as chegadas começaram a subir drasticamente, tendo sido registradas cerca de 8 mil entradas nas últimas 24 horas, das quais 5 mil na ilha de Lesbos”.
“Na véspera, foram contabilizadas cerca de 10 mil chegadas, em parte devido ao clima ameno, que facilita as travessias, e também pelo receio dos migrantes de que os países europeus fechem suas fronteiras. Eles se apressaram na esperança de conseguir entrar”, disse o representante da polícia grega.
“A situação é tensa no hotspot [designação atribuída aos abrigos e centros de registro de migrantes] de Moria, em Lesbos, porque o afluxo prolonga o tempo de espera dos migrantes. Para normalizar a situação, as autoridades vão reabrir hoje um segundo centro de registro, em Kara Tepe, reservado aos sírios e que tinha sido fechado para concentrar todos os procedimentos em Moria”, acrescentou ainda o responsável.
Nas mesmas declarações em Genebra, a porta-voz do Acnur lembrou que os refugiados “não são migrantes”, uma vez que são pessoas que foram obrigadas a fugir dos respectivos países, onde suas vidas correm perigo, definição prevista no Direito Internacional.
“Os sírios, os iraquianos e os eritreus são incontestavelmente refugiados”, frisou ainda Melissa Fleming, lamentando que os dois termos, migrantes e refugiados, sejam muitas vezes utilizados como sinônimos, o que não é correto.